O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, reforçou nesta quarta-feira (13) que o Comitê de Política Monetária (Copom) tem um plano de voo para inflação convergir em 2022, em meio a questionamento do mercado financeiro sobre se haverá tempo necessário para o cumprimento da meta no ano que vem, especialmente sem "matar" o crescimento econômico.
No último Boletim Focus, a mediana para o IPCA de 2022 chegou a 4,17%, distanciando-se do centro da meta de 3,50%. Segundo o diretor do BC, a discussão mais importante de política monetária é o horizonte relevante. "Olhamos 1 ano e meio à frente, metade 2022 e metade 2023."
Mas ele completou que horizonte relevante é uma diretriz, mas deve ter alguma flexibilidade. Com a inflação alta, em 10% em 12 meses, Kanczuk há mais incerteza sobre inércia, por exemplo. "Queremos fazer 2022 como foco, se não tenho 2022 certo, não tenho 2023 certo. Estamos mais preocupados com 2022. É 2022 que estamos olhando. No balanço entre suavizar e olhar para 2022 e convergência. Estamos olhando mais para 2022 do que usual suavização do ciclo", disse, citando as frequentes surpresas de alta do IPCA.
Kanczuk ainda admitiu que há risco de a inflação ficar mais baixa no futuro. "Se subirmos muito a Selic, inflação em 2023 deve ser menor", disse. "Mas agora vamos ter certeza que a inflação de 2022 vai convergir para meta", completou, em outro momento, sobre o plano de voo.
Kanczuk destacou que a expectativa do Copom é de que os preços de petróleo devem cair em algum momento, mas ele admitiu que há meses que há expectativa de queda de commodities, mas não aconteceu. "Pode ser que as commodities sigam subindo nos próximos seis meses, mas depois, em, 12 meses, devem cair", afirmou. Kanczuk participa de evento do HSBC.