Estadão

Cor, som e movimento, as marcas da argentina Marta Minujín

Conhecida por trabalhos imersivos em que combina cor, som e movimento, a artista argentina Marta Minujín ganha sua primeira mostra panorâmica no Brasil, com mais de 100 obras e projetos, na Pinacoteca de São Paulo.

Quem visitar o museu ou passar na frente dele na primeira semana da exposição verá uma grande obra da artista no estacionamento. Trata-se da Escultura de los Deseos (1922), um inflável de 17 metros de altura levado ao Lollapalooza da Argentina no ano passado.

Marta Minujín: Ao Vivo, em cartaz até 28 de janeiro de 2024 (com entrada gratuita aos sábados), comemora os 80 anos da artista conceitual que herdou da escola pop o gosto por um cromatismo forte e lisérgico e tem curadoria de Ana Maria Maia.

O fio condutor da exposição, que ocupa as sete salas do primeiro andar da Pinacoteca Luz, é a contribuição da artista para uma vanguarda que pensa a América Latina em termos micro e macropolíticos.

Nascida em Buenos Aires em 1923 e ainda ativa, ela transita entre diversas linguagens, escalas, circuitos artísticos e sociais. É considerada a "embaixadora do pop argentino", mas sua obra combina tudo isso, ainda, com aspectos do happening, da arte conceitual, do realismo, do conceitualismo e da arte pública.

<b>INSTALAÇÃO</b>

A retrospectiva reúne trabalhos feitos a partir de 1963. Na primeira sala, o público poderá ver, além de projeções, a Galeria Blanda (Galeria Mole), uma instalação de 1973 feita com 200 colchões de um hotel abandonado dos EUA. A polícia chegou lá, retirou quem ocupava o local, e ela pediu os colchões.

Outros colchões, desta vez coloridos e retorcidos – uma das marcas da obra da artista -, serão vistos ainda em outras salas. A exposição também conta com videoinstalações e fotoperformances, como a El Pago de la Deuda Externa Argentina con Maíz (1985). E a obra El Batacazo (1965), recriada para a mostra da Pinacoteca.

Nesse trabalho, ícones da mídia conduzem o visitante, que passa por jogadores de futebol do Brasil e da Argentina, sobe escadas encontrando playboys e cosmonautas e desce um escorregador para cair em uma boneca inflável com o formato do rosto da atriz italiana Virna Lisi.

<b>INTEGRAÇÃO</b>

Nos anos 1970, com as ditaduras se espalhando pela América Latina, Minujín buscou um projeto artístico de integração desses países. Um de seus trabalhos dessa época, Comunicando con Tierra (1976), também foi remontado para essa exposição. Nele, há o Nido de Hornero, instalação com a forma de um ninho de joão-de-barro gigante.

A mostra termina com uma das videoinstalações mais recentes da artista, Implosión! (2021). A nova versão da obra promove a imersão em um cubo musical multicolorido.

<b>Marta Minujín: Ao Vivo</b>
Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2, 1º andar. 4ª a 2ª, 10h/18h (entrada até as 17h). Na 5ª, a Pinacoteca fecha às 20h e a entrada é gratuita a partir das 18h. Fecha na 3ª. R$ 30 (sábado é gratuito). Até 28/1/24

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?