No início de março, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo cancelou seu apoio ao Festival da Mantiqueira, realizado desde 2008 em São Francisco Xavier. Alegou que o evento “cumpriu sua missão de lá disseminar o incentivo à leitura, assim como de fomentar o turismo cultural local”.
Órfãos dos seus principais apoiadores e incentivadores – seriam destinados ao evento R$ 300 mil – , moradores e comerciantes do distrito foram à luta e abrem nesta sexta-feira, 17, com a apresentação da Orquestra Possível, formada por músicos da região, a programação do “1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco”. Mais enxuto, mais local, mas um exemplo de resistência.
No sábado, 18, começam as mesas literárias. Entre elas, “O ofício de dar voz ao silêncio”, “Literatura e Liberdade de Expressão” e “Poesia e Prosa em Foco”. Participam, entre outros, deste primeiro encontro, os escritores Estevão Azevedo, vencedor do Prêmio São Paulo com “Tempo de Espalhar Pedras”, Rita Elisa Seda, biógrafa de Cora Coralina (1889-1985), e Viviana Bosi, que vai falar sobre Ana Cristina Cesar (1952-1983); e os jornalistas Audálio Dantas, Gabriel Priolli e Leão Serva.
Também no sábado, na tenda principal, será lançado o livro “Comissão da Verdade”, de Moacyr Pinto. Haverá, ainda, programação para professores da rede pública e privada, exibição de filme, oficina de encadernação, peça infantil e sarau no coreto.
A programação continua no domingo, com debates, contação de histórias e música – e a presença de muitos autores da cidade, que também estarão por lá no sábado. No encerramento, o público poderá acompanhar, das 14h45 às 16h, no coreto, a apresentação “Violas Caipiras: Cordas na Mantiqueira”.
O dinheiro que seria destinado ao Festival da Mantiqueira foi investido, segundo a secretaria, no Festival de Literatura Infantil de Monteiro Lobato e no Festival Literário de Iguape.