O líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o país está preparado "para mobilizar" suas forças nucleares diante de qualquer possível ameaça militar dos EUA e da Coreia do Sul. "Nosso país está pronto para mobilizar seu poder absoluto de forma confiável, precisa e rápida, de acordo com sua missão", disse Kim, em discurso realizado nesta quinta-feira, 28, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia.
As Forças Armadas da Coreia do Norte estão "preparadas" para enfrentar "qualquer confronto militar com os EUA", acrescentou Kim, ao se dirigir a veteranos da Guerra da Coreia, durante a comemoração do "Dia da Vitória".
Em junho, os EUA e a Coreia do Sul ameaçaram com uma resposta "rápida" com mais sanções e até uma revisão da "posição militar" americana no caso de a Coreia do Norte realizar um novo teste nuclear.
Esta semana, os militares dos EUA realizaram exercícios de fogo real com helicópteros de ataque Apache na Coreia do Sul pela primeira vez desde 2019.
<b>Vizinhos</b>
O líder norte-coreano também criticou o novo presidente conservador da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que assumiu o cargo em maio e prometeu ser mais duro com seu vizinho do norte. "Falar sobre ações militares contra nossa nação, que possui as armas absolutas que eles mais temem, é absurdo e é uma ação autodestrutiva muito perigosa", disse Kim.
"Uma tentativa tão perigosa seria imediatamente punida por nossa poderosa força, e o governo de Yoon Suk-yeol e seu Exército seriam aniquilados", ameaçou Kim, acrescentando que o governo sul-coreano é liderado por "gângsteres".
<b>RESPOSTA</b>
Esta foi a primeira vez na mídia estatal norte-coreana que Kim se referiu a Yoon pelo nome. O escritório do presidente sul-coreano manifestou, em comunicado, "profundo pesar" pelos comentários, acrescentando que a Coreia do Sul está pronta para responder às provocações do vizinho. Yoon também pediu que Pyongyang retorne às negociações sobre desarmamento nuclear, paralisadas há cerca de quatro anos.
Kim tem intensificado suas provocações este ano, enquanto a atenção dos EUA foi desviada para a invasão da Ucrânia pela Rússia, disparando um número recorde de mísseis balísticos e mostrando sinais de que poderia realizar seu primeiro teste nuclear desde 2017.
"A retórica de Kim exagera as ameaças externas para justificar seu regime focado em gastos militares em uma economia em dificuldades", disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul.
"Os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte violam a lei internacional, mas Kim Jong-un está tentando apresentar seu armamento desestabilizador como um esforço justo de autodefesa", afirmou o especialista. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>