Jornalistas estrangeiros partiram de trem para o interior da Coreia do Norte nesta quarta-feira, 23, para acompanhar o desmantelamento do campo de testes de Punggye-ri, localizado numa área montanhosa na região nordeste do País. A viagem de trem pode levar até 12 horas.
Depois disso, o grupo segue de ônibus e, em seguida, caminha até o local. O grupo foi convidado pelo governo do líder supremo do país, Kim Jong-un, e vai acompanhar a cerimônia formal, aguardada para os próximos dois dias.
A decisão de fechar o campo de testes nucleares é vista como um gesto de Kim para dar um tom positivo à cúpula histórica com o presidente americano Donald Trump, marcada para o dia de 12 de junho.
Ainda assim, a medida não é irreversível e ações mais significativas seriam necessárias para atender às demandas de desnuclearização defendidas pelos Estados Unidos.
A presença da mídia estrangeira no evento aponta para o desejo dos norte-coreanos de transmitir, para todo o mundo, as imagens das explosões. No entanto, inspetores não foram convidados para o evento, o que limita seu valor como uma concessão séria de desnuclearização por Pyongyang.
A Coreia do Norte havia inicialmente recusado a entrada dos jornalistas sul-coreanos depois de cancelar uma reunião de alto escalão com Seul, em protesto contra exercício militares conjuntos de americanos e sul-coreanos. No entanto, a entrada foi autorizada depois que Trump se encontrou com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em Washington.
Os dois se reuniram para discutir a cúpula histórica e tentar impedir que o evento seja cancelado, ameaça que o governo norte-coreano fez na semana passada.
A viagem desta quarta-feira começou pouco depois que os repórteres sul-coreanos a receberam permissão, de última hora, para participar da visita.
Os jornalistas foram colocados em cabines com quatro beliches e persianas nas janelas, e orientados a não abrir as persianas durante a jornada. Os custos da viagem ficaram por conta das empresas de mídia. A tarifa de trem é de US$ 75 por pessoa e cada refeição custará US$ 20. Fonte: Associated Press