Logo depois de a Fifa confirmar o Itaquerão como uma das sedes da Olimpíada de 2016, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, ameaçou nesta segunda-feira tirar o estádio dos Jogos. O dirigente exige o pagamento das obras específicas para o evento e a liberação dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) prometidos pela Prefeitura para a construção da arena.
“É uma grande honra para o Corinthians ter a Arena Corinthians como o estádio da cidade de São Paulo nos Jogos Olímpicos de 2016. Depois da Copa do Mundo, esta é mais uma confirmação que enche de orgulho os mais de 30 milhões de corintianos. No entanto, estamos atendendo, mais uma vez, um pedido da cidade de São Paulo e precisamos saber quem se responsabilizará e arcará com as obras do overlay (específicas para o evento) e também da liberação dos CIDs. Do contrário, o clube deve rever a decisão de sediar a Olimpíada”, disse Andrade em nota oficial divulgada no site do clube.
O Corinthians alega que os R$ 420 milhões dos CIDs foram emitidos pela Prefeitura com atraso de um ano e seis meses e que isso já causou R$ 80 milhões de prejuízo ao clube por causa dos juros bancários. Mesmo depois da emissão dos papéis, o Corinthians ainda não conseguiu vender os CIDs porque o Ministério Público contesta a validade desses incentivos fiscais.
Outra crítica do Corinthians é que o clube teve de arcar com R$ 60 milhões em estruturas temporárias para adequar o estádio à abertura da Copa do Mundo. Na conta não foram incluídos os gastos com arquibancadas móveis (bancadas pelo governo do Estado em parceria com a Ambev). Agora, o clube não pretende bancar as mudanças necessárias para receber o Jogos Olímpicos. Não está definido se os custos serão pagos pela Prefeitura, a Fifa ou o COI (Comitê Olímpico Internacional).
O Corinthians vive uma temporada decisiva para as finanças do estádio. A partir de julho, o clube começará a pagar os empréstimos feitos durante as obras. São prestações mensais de R$ 5 milhões ao BNDES. Em novembro de 2016, serão mais R$ 5 milhões por mês à Caixa Econômica Federal.