Estadão

Corinthians e Vai de Bet: Delegado diz que Corinthians é potencial vítima

O delegado do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), Tiago Fernando Correia, afirmou que o Corinthians é tratado como "potencial vítima" na investigação do contrato de patrocínio entre o clube paulista e a empresa de apostas Vai de Bet.

As autoridades investigam a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, suposta empresa laranja, que teria atuado na intermediação do patrocínio. "Ao que tudo indica, o Corinthians é uma potencial vítima. É importante frisar que a investigação está direcionada a apurar eventual constituição ilícita, ilegal, da empresa Neoway", declarou Tiago Fernando em entrevista ao programa "Mesa Redonda", da TV Gazeta, no domingo.

O delegado reforçou ainda que nenhum dirigente do time alvinegro, o que inclui o presidente, Augusto Melo, é formalmente investigado nesse momento. "Nosso foco inicial é tentar identificar quem está por trás da empresa Neoway", enfatizou ele.

A Vai de Bet rescindiu o contrato de patrocínio com o Corinthians de forma unilateral na sexta-feira após pagamentos da Rede Media Social Ltda, intermediária do acordo, à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, cujo CNPJ está no nome de Alex Fernando André, mais conhecido como Alex Cassundé, membro da equipe de comunicação do presidente Augusto Melo.

Na semana passada, a Polícia Civil notificou o clube e pediu informações sobre a intermediação do contrato de patrocínio. Em comunicado, a então patrocinadora afirmou ter tomado a decisão com base em dispositivos contratuais.

"A marca avalia que não se pode manter a parceria enquanto pairar sobre o acordo qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais. Só a dúvida, no crivo ético da marca, já é suficiente para determinar a rescisão – que foi exercida pela Vai de Bet suscitando cláusulas do contrato que protegem direitos da marca nessa decisão", diz trecho da nota divulgada à imprensa.

Ao todo, o acordo de patrocínio master previa um pagamento de R$ 360 milhões ao longo de três temporadas, ou 36 meses. O Corinthians recebeu R$ 60 milhões pela parceria antes da rescisão do contrato, mas deixou de ganhar R$ 300 milhões pelos próximos dois anos e meio.

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