Chegou pouco depois das 3h da manhã desta segunda-feira, 6, ao Aeroporto Petrônio Portela, em Teresina, o corpo do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto após ser baleado no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, na última quinta-feira, 2. Os pais do menino já haviam chegado ao Piauí na noite do domingo, 5.
As despesas com estadia e translado do corpo até a cidade de Corrente, a 864 quilômetros de Teresina, onde o corpo de Eduardo será enterrado, estão sendo custeados pelo governo estadual do Rio de Janeiro.
A família de Eduardo deve embarcar pela manhã para o município do interior do Piauí. A previsão é de que o enterro ocorra ainda nesta segunda-feira, no Cemitério Municipal de Corrente.
Parentes do menino contestam a versão da Coordenadoria das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) de que Eduardo foi atingido por uma bala perdida durante confronto entre policiais e criminosos. A mãe do menino, Terezinha Maria de Jesus, diz que o filho foi morto por um policial quando brincava na porta de casa, na localidade conhecida como Areal.
“Eu não estava no momento, mas minha esposa, sim. Ela reconheceria (o policial). Quero justiça para meu filho”, disse o pai, José Maria Ferreira de Souza.
Reocupação
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque da Polícia Militar continua ocupando o Complexo do Alemão, em uma ação que começou na última quinta-feira. Ao todo, 270 policiais estão nas comunidades do Alemão, que será reocupado pela PM, segundo anunciou neste domingo o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa do governo, Pezão não detalhou prazos para a ocupação, mas disse que ocorrerá sem a presença das Forças Armadas. “Vamos entrar mais fortes, fazer uma reocupação. Segurança continua sendo nossa política mãe”, declarou o governador.
A proposta é alocar no conjunto de favelas novos policiais recém concursados. Segundo Pezão, há mais de seis mil policiais aprovados, com contratação prevista para este ano. O governador prevê também a reciclagem dos atuais PMs que já atuam em Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).