Cidades

Corpos são achados em área onde seria tribunal do crime em Guarulhos

O Recreio São Jorge, região do Cabuçu é um dos muitos bairros da periferia de Guarulhos formado a partir de ocupações de áreas verdes, nas encostas de morros e vales. Nesta sexta-feira, o bairro passa a ser conhecido também por abrigar o que vem sendo chamado pela Polícia Civil como “Tribunal do Crime”. 
 
Na viela 4 de Março, como muitas outras do bairro, há diversas residências, a maioria ocupada por pessoas humildes. Em um terreno, há um barraco, de apenas dois cômodos, construído com madeiras. Ali, segundo a polícia,  criminosos realizariam julgamentos de ações realizadas contra uma facção criminosa, cujo nome não foi revelado para preservar as investigações.
 
Após o julgamento, as vítimas seriam torturadas, tinham partes do corpo quebradas e na sequência seriam enforcadas e enterradas. Em volta do “Tribunal do Crime” foram encontrados nesta sexta-feira seis corpos de homens. Pelo menos, quatro deles, enterrados na mesma vala, teriam sido mortos há no máximo três dias.  
 
Os investigadores receberam informações nesta quinta-feira (8) de que quatro homens – que estariam desaparecidos e já estavam em investigação – foram vistos na região. Ao encontrar o local, os policiais passaram a escavar um ponto onde a terra estaria diferente e acabaram encontrando partes de um corpo humano. Pelo avançar da hora as buscas tiveram que ser realizadas na manhã desta sexta-feira (9). Os trabalhos acabaram por volta das 16h. 
Os moradores da viela não quiseram dar entrevistas. 
 
Como foi o caso
 
Os corpos de seis homens, encontrados enterrados nesta manhã, em um terreno localizado em um matagal na Viela 4 de Março, no Recreio São Jorge, em Guarulhos, começam a ser retirados do local pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), por volta das 14h desta sexta-feira. Pelas primeiras informações apuradas, quatros corpos estavam enterrados na mesma vala e outros dois enterrados nas proximidades. Investigadores do 9º DP, auxiliados por equipes do Corpo de Bombeiro, ainda realizam escavações no terreno.
 
A pericia da Polícia Civil recolheu roupas, objetos, latas de cerveja e bitucas de cigarro encontrados no local. Uma corda também foi apreendida. 
 
Nenhum dos corpos – todos de homens – apresenta marcas de perfuração a balas, mas sim de espancamento. Eles estavam com as mãos amarradas para trás e com marcas no pescoço, que podem indicar morte por enforcamento. Não está descartada a hipótese de terem sido enterrados vivos. Todos estavam vestidos. 
 
Como foi
 
Investigadores do 9º Distrito Policial de Guarulhos chegaram ao local, após receberem denúncias, por volta das 18h30 desta quinta-feira. Os policiais investigavam a morte de Marcele Ferreira Sanches Navarro, 35 anos, cujo corpo foi encontrado enterrado no fundo de um condomínio no Jardim Alice, região dos Pimentas, na última terça-feira. 
 
Segundo informações apuradas pelo GuarulhosWeb, Marcele teria envolvimento com o tráfico de drogas e seria responsável pela arrecadação de dinheiro. Mas acabou morta depois que teria sido roubada. Durante as investigações deste caso, os policiais receberam a informação de outros quatro corpos enterrados na região do Recreio São Jorge. 
 
Até o momento, quatro corpos foram retirados de dentro da mesma cova. Eles estariam naquele local há pelo menos três dias. 
 
O primeiro caso
 
O corpo de Marcele foi encontrado por familiares, em um condomínio na rua do Caminho Quatro, no Jardim Alice, região dos Pimentas. O caso foi registrado por volta das 13h, de terça-feira (6) no 4ºDP. Segundo o Boletim de Ocorrência, A vítima foi vista pela última vez no dia 1 de outubro em um bar onde estaria acompanhada por parentes. Marcele teria recebido uma ligação de uma mulher. Na sequência teria dito a um familiar que sairia para encontrá-la.
 
Marcele ainda teria informado ao parente que o encontro aconteceria na altura do “Mercado Magno” e que a pessoa morava em um prédio de cor rosa. Com estas informações a família de Marcele começou a fazer buscas pela região. Ao encontrar o condomínio citado pela vítima, perceberam que atrás do local havia um matagal, onde encontraram além de roupas da vítima, um colchão. 
 
Ao lado, a terra estaria diferente e decidiram então cavar. Neste momento os parentes encontraram a mão de Marcele. Os familiares puderam identificar a vítima através de um anel e uma tatuagem.
 

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