Cinco corpos foram encontrados em um carro estacionado na rua São Luiz Gonzaga, em São Cristóvão, na zona norte do Rio, na manhã desta quinta-feira. No pára-brisa do veículo os criminosos deixaram um bilhete: “Não aceitamos covardia. Vida paga com vida. Matou inocente morreu”.
Na última terça-feira, o adolescente Caio Martins Ferreira, de 17 anos, foi morto durante um ataque de criminosos de uma facção criminosa na favela da Mangueira, vizinha a São Cristóvão. A comunidade, que recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em novembro de 2011, vivencia uma disputa pelo controle do tráfico de drogas desde 2 de setembro, quando Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, ex-líder do tráfico na Mangueira, foi assassinado.
O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Delegacia de Homicídios, disse em entrevista à rádio CBN que dois dos cinco mortos já tinham mandados de prisão expedidos. Um deles é dissidente do Comando Vermelho, facção que domina a favela, e integrou o Terceiro Comando Puro, que tenta afastar o CV e controlar o tráfico na comunidade.
O policiamento no morro da Mangueira está reforçado desde a noite de terça-feira. Mais policiais foram deslocados hoje de outras Unidades de Polícia Pacificadora para auxiliar os PMs da UPP da Mangueira. Na noite de quarta-feira, depois do enterro de Caio, moradores da Mangueira fizeram um protesto e tentaram interditar vias da comunidade. Houve tumulto e a polícia dispersou os manifestantes com bombas de efeito moral.