A matéria enviada anteriormente foi atualizada, com mudanças no título e no texto. No momento em que Datena entrou no ar, o Congresso ainda discutia adiar as eleições. Mas pela proposta aprovada nesta quarta-feira, dia 1º, o prazo para ele deixar os programas de TV e rádio foi prorrogado para 11 de agosto. Segue o texto com as alterações, inclusive no título.
O jornalista José Luiz Datena, filiado ao MDB, deu "bom dia" aos seus ouvintes na Rádio Bandeirantes às 10h do dia 30 de junho. Com isso, ele indica que desistiu oficialmente de concorrer nas eleições municipais deste ano. Isso porque, caso quisesse disputar o cargo de prefeito ou de vice-prefeito de São Paulo, como chegou a cogitar, ele teria que encerrar suas atividades no rádio e na televisão até o dia 29, prazo final até então estipulado pelas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Até pouco antes de entrar no ar, Datena dizia ainda estar em dúvida. No entanto, ele já tinha avisado ao partido que a tendência era não se lançar candidato neste ano, alegando a dificuldade de fazer campanha em meio à pandemia do coronavírus. O Estadão apurou que a pressão da grupo Bandeirantes, onde Datena é o principal apresentador, pesou na decisão.
"O projeto inicial sempre foi Senado 2022. Datena é e sempre será um nome forte em São Paulo", disse Baleia Rossi, presidente nacional do MDB. Uma das possibilidades era o apresentador concorrer como vice na chapa do atual prefeito, Bruno Covas (PSDB).
Com um histórico de desistências na corrida eleitoral, o jornalista, ao se filiar ao MDB em 4 de março, disse que tudo indicaria que sairia candidato. "Dessa vez, eu acho que vou mesmo (sair candidato), difícil não ir, porque senti que tenho condição de colaborar", afirmou ao Estadão. Em 2016, então filiado ao PP, o jornalista desistiu de concorrer à Prefeitura de São Paulo. Em 2018, ele também voltou atrás após se lançar ao Senado pelo DEM.
Em fevereiro, Datena disse em entrevista ao Estadão que poderia ser vice de Covas e, na ocasião, marcou posição tentando se distanciar do presidente Jair Bolsonaro, que o queria como candidato em São Paulo. "Eu já tive um contato com ele (Bolsonaro) dizendo que ele está completamente liberado de me apoiar. Ele pode apoiar outra pessoa. Ele está liberado disso", afirmou na época.
Em abril, em outra entrevista ao Estadão, Datena admitiu pela primeira vez que poderia não participar das eleições, diante das mortes e da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus. "Não é minha prioridade, estou vendo tanta gente morrer, tanta gente passando fome, que não é minha prioridade. Estou vendo que meu papel como jornalista está sendo importante para ajudar as pessoas. Eu não sei se seria o momento de parar agora", disse o apresentador na ocasião.
Na época, ele indicou que poderia adiar a entrada na vida política para concorrer ao Senado em 2022, que era sua pretensão inicial ao se filiar ao MDB. "Hoje não me faria falta a eleição. Sei lá, talvez eu aguarde para mais tarde para o Senado, o que eu sempre quis", afirmou.