Os Correios já apuravam, com o apoio da Polícia Federal, as denúncias de fraude na Gerência de Saúde no Rio de Janeiro desde 2013.
“Atualmente afastado por determinação judicial, o próprio diretor regional da empresa no Rio (…) foi quem solicitou, em junho de 2013, a investigação (…). Moreira também instaurou processo de sindicância interno e constituiu grupo de trabalho para apoiar a apuração da PF. A denúncia sobre o caso foi encaminhada ao Ministério Público Federal, em setembro de 2013, pela Administração Central dos Correios em Brasília. A sindicância interna a respeito dos fatos, conduzida atualmente por órgão corregedor dos Correios em Brasília, está em fase final e é acompanhada pela Controladoria Geral da União”, informou a empresa, por meio de um comunicado.
Mais cedo, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no Hospital Espanhol, no centro do Rio, e na casa de oito acusados de participar de um esquema de fraude na Gerência de Saúde dos Correios no Rio de Janeiro. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a PF, que investigam o caso desde 2013, o esquema operou de agosto de 2011 a abril de 2013 e causou prejuízo de mais de R$ 7 milhões à estatal.
Segundo a investigação, o esquema era liderado por Daniel de Melo Nunes e Carlos Alberto Alonso, que negociavam privilégios para hospitais no Rio de Janeiro, com o aval de Omar e do ex-gerente de Saúde da estatal, Marcos da Silva Esteves. Esses hospitais recebiam em um mês pagamentos que demorariam até três meses. Em troca, as unidades de saúde pagavam propina aos funcionários dos Correios.
Na nota, os Correios afirmam ter tomado “todas as providências necessárias para a completa apuração”. “O empregado Marcos Esteves trabalhava na área de saúde desde 2009 (anteriormente, portanto, à nomeação de Omar de Assis Moreira como diretor regional) e foi afastado das atividades na empresa, tendo o contrato de trabalho suspenso.”
A reportagem procurou a assessoria do Hospital Espanhol na tarde de hoje, mas até o início da noite não havia recebido resposta. Os funcionários dos Correios denunciados pelo MPF não foram localizados.