A matéria enviada anteriormente traz um erro na data da ocorrência que causou mortes em uma cadeia de Honduras. O motim ocorreu na terça-feira, 20, e não na quarta, 21, como constou. Segue o texto corrigido.
Pelo menos 46 mulheres morreram nesta terça-feira, 20, em Honduras, em uma briga generalizada no interior da principal penitenciária feminina do país, ao norte da capital de Honduras, Tegucigalpa. O governo hondurenho declarou emergência para mobilizar forças e tentar controlar o motim.
O incidente aconteceu durante a manhã na Penitenciária Nacional Feminina de Adaptação Social (PNFAS), localizada no Vale de Támara, onde se escutaram explosões de arma de fogo, seguidas por um incêndio – várias reclusas morreram queimadas. O departamento de Medicina Legal de Tegucigalpa "incorporou 46 corpos" das vítimas da briga, disse a porta-voz do Ministério Público, Izza Alvarado.
As autoridades do Hospital Escola confirmaram para a <i>Associated Press</i> que há sete reclusas internadas com ferimentos de arma branca e de arma de fogo e que todas estão estáveis. Não está claro até o momento, de maneira oficial, os detalhes sobre a origem dos motivos do conflito. Segundo algumas das feridas que chegaram ao hospital, o incidente começou quando as presas pertencentes à gangue Barrio 18 entraram em um dos módulos e abriram fogo contra as demais presas.
O episódio ocorre quase três meses depois que a presidente hondurenha Xiomara Castro anunciou a intervenção nos 25 presídios do país, devido à violência presente e ao "autogoverno" dos reclusos nesses centros, e meio ano depois que se decretou o estado de emergência para combater a violência das gangues e o crime organizado.
Xiomara Castro, em sua conta oficial do Twitter, condenou o "monstruoso assassinato de mulheres (…) planejado por gangues à vista e com paciência de autoridades de segurança" e convocou os altos funcionários para "prestar contas". "Tomarei medidas drásticas", advertiu.
Por sua vez, Julissa Villanueva, vice-ministra de Segurança e responsável pelas prisões, garantiu que "em nenhum momento permitirão ataques ou sabotagens contra as ações que foram realizadas contra o crime organizado que sequestrou o sistema prisional deste país". "Não vamos ceder", acrescentou. "Não vamos negociar com a criminalidade".
A última tragédia similar em um centro de mulheres na região foi em 2017, quando 41 meninas de um abrigo para jovens com problemas de álcool, na Guatemala, morreram depois de atear fogos em colchões para protestar contra estupros e outros maus tratos que sofriam na instituição. O pior desastre carcerário em um século também ocorreu em Honduras, em 2012, na penitenciária de Comayagua, onde 361 presos morreram em um incêndio possivelmente causado por uma bituca de cigarro ou um fósforo. (Com agências internacionais).