O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou, na ata da sua última reunião, que julga como "pouco provável" um aumento adicional no ritmo de corte da Selic, que o colegiado já indicou que deve se manter em 0,5 ponto porcentual nos próximos encontros. Na semana passada, o Copom iniciou o ciclo de afrouxamento da política monetária com um corte de 0,5 ponto da taxa básica de juros – de 13,75% para 13,25% ao ano.
"O comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva", escreveu o Copom na ata.
Segundo o colegiado, essa confiança viria apenas com uma alteração dos fundamentos da dinâmica da inflação, como uma desaceleração mais forte do que a esperada dos preços de serviços.
Após a reunião da semana passada, alguns analistas consideram a possibilidade de um corte de até 0,75 ponto nas próximas reuniões do Copom. Na ata, porém, o colegiado afirma que houve unanimidade sobre a expectativa de reduções de 0,5 ponto, e que os seus integrantes "avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".
O corte anunciado na semana passada foi o primeiro em três anos. A votação terminou dividida, com 5 votos a 4 pelo porcentual de 0,50 ponto. O voto de desempate foi dado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, o que foi visto por analistas como um aceno ao governo – que tem criticado a condução da política monetária.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>