O orçamento do Rio de Janeiro para segurança pública saltou de R$ 3,6 bilhões, em 2005, para R$ 8,627 bilhões, ano passado, permitindo o financiamento de mais projetos. O mais famoso deles, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), embora alvo de críticas, tornou-se vitrine da Secretaria de Segurança Pública.
Para a pesquisadora Silvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Cândido Mendes (Ucam), a queda na taxa de homicídios desde 2009 está relacionada ao maior orçamento. Para as UPPs, foram contratados 9 mil policiais e criadas 39 unidades em 250 favelas, lembrou a especialista.
Desde o ano passado, com a crise fiscal, porém, a Secretaria de Segurança Pública vem cortando gastos. Há economia no papel para registrar ocorrências e no combustível das viaturas. “Sem contar a manutenção das delegacias, com banheiros interditados”, diz Álvaro Luiz Nascimento, vice-presidente do Sinpol, sindicato dos servidores da Polícia Civil.
No gasto com pessoal, além da insegurança em relação ao pagamento de salários, o governo vem cortando, desde o ano passado, uma gratificação para horas extras. Com ela, os policiais ficavam mais tempo nas ruas, ampliando o policiamento.
Fernando Belo, presidente da AME-RJ, associação que representa os oficiais da Polícia Militar (PM), calcula que, sem a gratificação, são 500 policiais a menos por dia nas ruas.
Silvia, da Ucam, crê que a situação geral ainda não é grave. “O governo coloca as polícias como prioridade, porque sabe que, rapidamente, as corporações podem criar um clima de instabilidade.”
Nem Silvia nem Belo, da AME-RJ, acreditam que os cortes de gastos podem gerar problemas de segurança durante os Jogos Olímpicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.