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Corte já ameaça reposição de servidores do IBGE

Estimada em R$ 2,6 bilhões, a Contagem da População 2016, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi cancelada por causa do alto custo, admitiu na quinta-feira, 26, o Ministério do Planejamento. O jornal O Estado de S. Paulo revelou a decisão do governo Dilma Rousseff de suspender a pesquisa em meio ao ajuste fiscal. Além dos estudos, a falta de recursos ameaça também a reposição de mão de obra qualificada no órgão.

Até fevereiro, o IBGE tinha 5.497 servidores efetivos. Do quadro de funcionários, 2.071 (37% do total) já recebem abono por permanência, pois já poderiam ter se aposentado.

O IBGE pediu neste ano ao Planejamento, ao qual é vinculado, a realização de concurso público para preenchimento de 1.564 postos. O número de vagas solicitadas caiu para 660.

“Desde 2011, foram quase 2 mil aposentadorias. Outras 200 pessoas saíram em busca de melhores condições. No período, entraram pouco mais de 600 servidores”, disse Ana Magni, diretora do Sindicato Nacional de Servidores do IBGE. Segundo a entidade, 42% do quadro de funcionários efetivos têm mais de 31 anos de serviço. “É gente que está indo embora já.”

Em dezembro de 2014, cinco entre as mais de 500 agências do IBGE já não tinham nenhum servidor efetivo, apenas temporários. Outros 25 postos operavam com só um efetivo; mais 180 agências, com dois efetivos.

“Todo o trabalho de coleta fica ameaçado porque não tem servidor para treinar os temporários, que entram e saem toda hora”, afirmou Ana. Entre os indicadores que usam o sistema de coleta de informações em campo estão a taxa de desemprego, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego, e a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Repasse

A contagem da população serve de base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios e só será atualizada no Censo de 2020. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, alertou que o cancelamento do estudo pode provocar distorções nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e nos programas sociais do governo federal.

Em nota, o Planejamento informou que “não há decisão quanto ao número de vagas que serão autorizadas neste ano, tanto para o IBGE quanto para o conjunto de órgãos do Executivo Federal”. Disse ainda que outras pesquisas estão garantidas, como o Sistema de Contas Nacionais, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) e Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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