O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), cotado para assumir o Ministério da Agricultura, se reuniu no período da tarde desta segunda-feira, 19, com o presidente diplomado da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e tratou sobre a criação de uma linha de crédito voltada ao agronegócio para financiar a recuperação de áreas degradadas.
"Uma linha específica, que fosse possível recuperar 5% ao ano de pastagens degradadas no Brasil com uma linha de crédito de financiamento do BNDES", disse Fávaro, que integrou o governo de transição, após o encontro com Lula e Gleisi. "Em 20 anos, é possível dobrar tudo o que foi feito, e temos terras propícias para isso, sem ir para o Pantanal. Ninguém quer plantar soja, milho no Pantanal", acrescentou.
De acordo com Fávaro, Lula o orientou a procurar Aloizio Mercadante, indicado pelo presidente diplomado para chefiar o BNDES, e reforçou sua disposição em ajudar a agricultura familiar. "Médios e grandes não precisam da mão do Estado, precisam do que o presidente Lula vai fazer: percorrer o mundo todo para abrir mercado", declarou o senador.
Fávaro reiterou que o governo eleito não vai "passar a mão na cabeça" de quem fizer ilegalidades no campo e que sua suplente, Margareth Gettert Buzetti (PP-MT), vai se filiar ao PSD e ser base de apoio a Lula. "Chamei ela à racionalidade, a eleição acabou", disse o senador. Na prática, a migração de Margareth, que tem simpatia pelo presidente Jair Bolsonaro, tiraria um empecilho para a nomeação de Fávaro na Esplanada.
Na negociação com a suplente, o senador, segundo ele mesmo disse, garantiu que pode ceder períodos para ela na titularidade do mandato em troca da filiação ao PSD e apoio a Lula. Fávaro reforçou ainda que Lula deve anunciar seus ministros nesta semana, como declarou no sábado e reafirmou nesta segunda o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.