Candidato à reeleição, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse durante almoço com empresários nesta quarta-feira, 14, que seu adversário Celso Russomanno (Republicanos), foi preconceituoso com os moradores de rua ao sugerir que eles seriam mais resistentes à covid-19 por não tomarem banho todos os dias.
"Infelizmente um outro candidato está tratando a população de rua como se fosse uma classe diferente de ser humano", disse o tucano na abertura do evento. Depois do encontro, Covas foi além e afirmou em entrevista coletiva que é preciso ter "ética e compostura" na campanha.
"Estamos falando de uma doença grave. É preciso ética e compostura. Não podemos tratar essa doença como uma questão de esquerda, direita ou eleitoral. Muito menos estabelecer que a população em situação de rua é diferente do ser humano. Condeno a fala por ser preconceituosa, como se a população em situação de rua não tomasse ou não quisesse tomar banho", disse o prefeito.
Para Covas, a fala do seu adversário não tem nenhum embasamento científico que demonstre relação entre tomar banho e pegar coronavírus.
Ao defender o isolamento vertical – modalidade de afastamento apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro em que apenas pessoas de grupos de risco da covid-19 ficam em casa -, o deputado Celso Russomanno (Republicanos) sugeriu ontem que moradores de rua podem ser mais resistentes ao novo coronavírus porque não conseguem tomar banho todos os dias.
"Temos casos pontuais, não temos uma quantidade imensa de moradores de rua com problema de covid. Talvez eles sejam mais resistentes que a gente porque eles convivem o tempo todo nas ruas, não têm como tomar banho todos os dias, etcetera e tal. Mas não era o que se esperava", disse o deputado, que está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
A frase foi dita por Russomanno na coletiva de imprensa realizada após a participação dele em um evento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na terça-feira, 13, que vem recebendo todos os postulantes ao cargo de prefeito.
No evento de hoje, Bruno Covas também falou sobre as propostas de seus adversários de criar ampliar na capital o programa Renda Cidadã do Governo Federal.
"Aqui na cidade de São Paulo nós criamos mais um programa de transferência de renda. Enviamos um cartão para 770 mil famílias com alunos na rede municipal. Só que não vou fazer nessa campanha um leilão de quem dá mais para quantas mais pessoas. O principal é a grande porta de saída que é o emprego", disse o tucano.