Economia

CPFL acredita que adesão de empresas à MP 688 deve ser alta

O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr. acredita que o governo federal terá êxito em atrair os geradores afetados pelo déficit de geração hídrica (GSF) à medida provisória (MP) 688, que dispõe sobre o tema. O texto, aprovado pelo Senado na semana passada, deverá ser sancionado pela presidência ainda nesta semana. O prazo para adesão à proposta de repactuação do risco hídrico se encerra no próximo dia 4 de dezembro.

“Não tenho dúvida de que o mercado regulado estava à procura disso. Da forma como foi feito, minha avaliação é de que a adesão deve ser grande”, afirmou Ferreira, que participou nesta segunda-feira, 30, de uma mesa redonda sobre o setor elétrico realizada no Instituto FHC, em São Paulo.

O entendimento dos executivos do setor elétrico é de que a proposta apresentada na MP é mais favorável às empresas que fornecem energia para o mercado regulado do que para o mercado livre. Como aproximadamente 40% do mercado é atendido no âmbito do mercado regulado e outros 30% são oriundos do fornecimento de energia via cotas, restaria uma participação inferior a 30% no segmento livre.

Sobre essas companhias, complementa Ferreira, recai um ambiente mais favorável nos últimos meses, dado que a venda de energia no ambiente de contratação livre (ACL) foi favorecida por preços mais elevados praticados pelos geradores. “É diferente do gerador que tem contrato no ambiente de contratação regulada (ACR), de longo prazo, com preços de leilão, mais baixos, e em que ele recebia R$ 100/MWh a R$ 150/MWh e comprava energia por R$ 388/MWh”, afirmou.

Além disso, caso a adesão das empresas com atuação no mercado regulado seja elevada, o entendimento da Justiça em relação ao tema poderia ser revisitada. A disputa judicial ao redor do tema GSF é apontada como principal razão para a suspensão das liquidações financeiras do mercado de curto prazo, realizadas mensalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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