O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Omar Aziz (PSD-AM), respaldou nesta terça-feira, 22, a decisão do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), de incluir 14 pessoas na lista de investigados pelo colegiado, a maioria delas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro. Após reação da base governista, Aziz colocou a lista em votação, que foi aprovada, com protestos de aliados do chefe do Planalto.
Governistas questionaram a inclusão de 14 pessoas na lista de investigados pelo relator. Entre os investigados, estão o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ex-chefe da pasta Eduardo Pazuello. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) afirmou que o relator não poderia listar investigados sem uma votação na comissão.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), por sua vez, pediu que Marcelo Queiroga fosse retirado da lista "em função da atividade, do trabalho e do esforço de dar respostas que todos nós queremos, que é de fato avançar na vacinação e reduzir o número de óbitos".
"Tendo indícios, ele pode transformar qualquer pessoa que veio aqui ou não como testemunha em investigado. Isso que aconteceu. Mas, Vossa Excelência quiser, eu coloco em votação só para agradar vossa Excelência", disse o presidente da CPI a Heinze. No meio da discussão sobre a lista de investigados, a comissão fez um minuto de silêncio em homenagem às mais de 500 mil vidas perdidas pela doença no País.
Omar Aziz disse ainda que o atual ministro da Saúde virou investigado por ter dito que é não censor do presidente Jair Bolsonaro e ter negado comentar a postura do chefe do Planalto ao promover aglomerações, além de ter assinado contratos para compra de vacinas da Pfizer com preços maiores, quando o governo poderia ter antecipado doses mais baratas no ano passado. "Ele, como médico, diz que não é censor, e eu entendo que ele é censor porque tem que censurar o paciente que não está cumprindo a regra."
<b>Facebook e Google</b>
Na sessão desta terça-feira, o presidente da CPI afirmou que representantes do Facebook e do Google poderão entrar na lista de investigados. As empresas serão convocadas para esclarecer por que permitem a veiculação de teses anticientíficas na pandemia de covid-19. O alvo desses requerimentos são publicações e transmissões ao vivo feitas pelo presidente Jair Bolsonaro.