O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), declarou nesta terça-feira (5), que o relatório final da CPI "com certeza" pedirá o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. "Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será, sim, (indiciado) pelo que praticou", disse o relator.
De acordo com Calheiros, a lista final de indiciados do relatório contará com uma "um pouco mais" de trinta pessoas. O relator afirmou que o texto deve estar pronto no próximo dia 15, quando começará a ser apresentado a outros parlamentares e juristas.
"A partir do dia 15, vou estar com o relatório pronto e vou conversar individualmente com cada membro da comissão parlamentar. Até lá, continuaremos os debates, ouvindo juristas e escolhendo os tipos penais que nós vamos utilizar", afirmou nesta terça, em entrevista a jornalistas.
Apesar de a cúpula do colegiado ter entrado em acordo de que, nesta reta final de trabalhos, não será possível agendar as oitivas do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do ministro da Economia Paulo Guedes, Calheiros afirmou que o ideal seria que a comissão aprovasse questionários que deveriam ser enviados aos ministros ainda hoje. O relator afirmou que, se aprovados, ele espera uma resposta dos ministros até o final da semana.
Renan Calheiros descartou a possibilidade de os ministros não responderem ao questionário proposto pela comissão. "Você acha que essa gente vai deixar de responder a Comissão Parlamentar De Inquérito? Vão ter que responder", declarou.
<b>Cerimônia com representantes de vítimas</b>
Com relação ao relatório final, Calheiros declarou que no dia 19 deste mês será realizada uma cerimônia de encerramento dos trabalhos da CPI com representantes de vítimas da covid-19 de todos os Estados brasileiros. Após a cerimônia, senadores irão para a comissão para realizar a leitura do relatório final de redação, e no dia 20 o texto deve ser votado.