O vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), defende que os parlamentares determinem quebra de sigilos bancário, fiscal e de telecomunicações do representante da SBM Offshore no Brasil Júlio Faerman, caso ele faça a opção por permanecer calado no depoimento que irá prestar amanhã, dia 9, na Câmara dos Deputados. A defesa de Faerman conseguiu habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), concedido pela ministra Rosa Weber, para garantir o direito de o representante da SBM permanecer em silêncio na CPI da Petrobras.
“Nós vamos respeitar o direito constitucional dele ficar em silêncio, mas acho que imediatamente a CPI tem que quebrar o sigilo bancário, fiscal, telemático, telefônico. Dele, das empresas e de toda a família e sócios”, afirmou Imbassahy nesta tarde. Para ele, aqueles que chegam com habeas corpus na CPI “sabem que fizeram alguma coisa errada”. “O cara quando chega aqui com habeas corpus dessa natureza está pedindo direito a mentir, para ficar calado. É uma pessoa que sabe que fez alguma coisa errada, portanto temos que seguir essa trilha (do dinheiro), fazer a investigação”, defende o tucano.
O primeiro a conseguir no Supremo liminar para permanecer calado durante a CPI e não ser obrigado a assinar o termo de compromisso para falar a verdade foi o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso preventivamente na Operação Lava Jato. Na sessão da CPI, apesar de ter o habeas corpus em mãos, Vaccari optou por responder as perguntas dos parlamentares. “Ele pode chegar aqui e decidir falar. Esse é um depoimento muito esperado e muito importante”, disse Imbassahy. Representante da holandesa SBM Offshore, Faerman admitiu pagar propina para funcionários da Petrobras.
Imbassahy destacou que a CPI está iniciando uma nova fase, onde devem ser realizadas oitivas de investigados que fizeram acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, acareações entre autoridades com depoimentos conflitantes e quebras de sigilo.