A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrobras começou na tarde desta quarta-feira, 30, a sessão destinada à oitiva de José Orlando Melo Azevedo, ex-presidente da Petrobras América Inc., subsidiária da estatal brasileira nos EUA. Ele foi nomeado para o cargo por seu primo, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, e exerceu a função de 2008 a 2012.
Azevedo conduziu a disputa judicial contra a empresa belga Astra Oil, que vendeu a refinaria de Pasadena, no Texas, para a Petrobras. O processo terminou com a vitória dos belgas e uma conta de US$ 820,5 milhões para os brasileiros. Ao todo, a Petrobras pagou US$ 1,2 bilhão pela refinaria americana.
O prejuízo com o negócio fechado com a Astra, segundo a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, foi de US$ 530 milhões. Ela divulgou o valor em uma audiência pública realizada no Senado em 15 de abril deste ano. Na quarta-feira da semana passada, no entanto, os nove ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovaram um relatório que aponta prejuízo de US$ 792,3 milhões.
Na exposição inicial que fez à CPI, Azevedo disse que sua ascensão profissional o levou a assumir a presidência da Petrobras América. Ele afirmou que trabalha com plataformas flutuantes desde que entrou na estatal por concurso público na década de 1970 e, desde então, passou por quase todos os cargos de gerência da companhia. Em junho de 2014, ele se aposentou.
O autor do relatório aprovado pelo TCU, ministro José Jorge, chamou atenção para o gasto da empresa brasileira. “Essa simples refinaria de Pasadena, que tinha sido comprada pela Astra por US$ 42 milhões, a Petrobras pagou por ela US$ 1,2 bilhão”, disse Jorge aos colegas, que aprovaram seu texto por unanimidade. A Astra comprou a refinaria em 2005 da Crown Central Petroleum Corporation.
O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), não está presente. O senador Gim Argello (PTB-DF) preside a sessão.