O saldo de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) deve ficar estável em janeiro deste ano na comparação com dezembro de 2023, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Na comparação com janeiro do ano passado, o volume total deve ser 7,7% maior.
Na margem, a Febraban estima que houve queda de 0,4% no saldo do crédito com recursos livres, enquanto a carteira com recursos direcionados deve apresentar crescimento de 0,5% no mesmo período. Na separação entre pessoas físicas e jurídicas, a carteira PF deve mostrar crescimento de 1% em um mês, enquanto a carteira para empresas deve cair 1,5%.
Apesar da perspectiva de crescimento zero em janeiro, a entidade afirma que o pior cenário para o crédito já passou, com uma estabilização do crescimento em bases anuais na casa dos 8%.
"A estabilidade do saldo em janeiro é sazonal e não deve ser interpretada como um número negativo, especialmente por conta da dinâmica do segmento destinado às empresas", diz em nota o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.
Na carteira voltada às empresas, deve haver quedas tanto nos montantes com recursos livres quanto nos direcionados. Neste último, porém, o recuo deve ser menor, de 0,2%, enquanto no primeiro, a baixa entre dezembro de 2023 e janeiro deste ano deve ser de 2,2%.
Na carteira destinada às famílias, o crescimento deve ser mais homogêneo, de 1% no segmento com recursos livres e de 0,9% nas operações direcionadas. No primeiro, estão produtos como o cartão de crédito, enquanto no segundo, entram o financiamento imobiliário, parte do crédito rural, entre outros.
A concessão de crédito, por sua vez, deve cair 9,7% em janeiro na comparação com dezembro, o que segundo a Febraban é explicado por fatores sazonais.
Dezembro costuma ter um volume maior de concessões de crédito graças às compras de fim de ano, que estimulam as vendas do comércio e produtos como o cartão de crédito e linhas voltadas ao fluxo de caixa das companhias. Na média dos dias úteis, espera-se queda de 17,9%.
Considerada essa mesma média, as concessões livres devem cair 16,1%, enquanto as direcionadas devem ter baixa de 34,1%. A concessão de crédito para pessoas físicas deve recuar 10,4% segundo o mesmo indicador, e as concessões para empresas devem cair 26,1%.
Em relação a janeiro de 2023, por outro lado, a Febraban projeta um crescimento de 13,5% nas concessões totais de crédito no País.
A pesquisa é feita a partir de dados dos principais bancos do País, e considera ainda outros fatores macroeconômicos que interferem no mercado de crédito. O levantamento é uma espécie de prévia à Nota de Crédito do Banco Central, que deve divulgar os dados oficiais no próximo dia 28.