O crédito imobiliário com recursos das cadernetas de poupança no Brasil foi de R$ 17,16 bilhões em outubro deste ano, queda de 3,9% em relação ao montante de setembro. Em termos anuais, entretanto, houve alta de 23,7%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Segundo a entidade, o valor financiado nos 12 meses até outubro chegou a R$ 203,15 bilhões, alta de 86,2% ante os 12 meses anteriores.
No acumulado de 2021 até outubro, o montante financiado cresceu 85,4% ante o mesmo período de 2020, para R$ 171,85 bilhões.
No mês passado, de acordo com a Abecip, foram financiados 71,1 mil imóveis no País, queda de 3,7% em um mês. Na comparação com outubro de 2020, entretanto, o número de imóveis financiados subiu 56,2%. O dado inclui tanto financiamento a aquisições quanto a construções.
A Abecip afirma ainda que de janeiro a outubro deste ano, 734,4 mil imóveis foram financiados no País com o uso dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), um avanço de 126,2% na comparação com os dez primeiros meses de 2020, período afetado pela pandemia da covid-19.
Em 12 meses, os financiamentos com recursos da poupança chegaram a 836,55 mil unidades, alta de 117,2% em relação ao período de 12 meses anterior.
A Abecip também divulgou os resultados de captação da poupança SBPE. Em outubro, houve saques líquidos de R$ 5,97 bilhões, elevando as retiradas registradas no ano a R$ 31,6 bilhões. Entre setembro e outubro, o saldo da poupança SBPE caiu 0,4%, para R$ 787,1 bilhões – resultado ainda 0,5% maior que o registrado um ano antes.
A entidade destaca que apesar de outubro ser um mês tradicionalmente negativo, o cenário econômico pode ter influenciado nos saques em 2021. "Neste ano, em particular, essa tendência estatística pode ter sido agravada pelo desemprego, por inflação em alta e queda na renda, induzindo os titulares de cadernetas a utilizar parte de suas reservas para custear as despesas doméstica", afirma a associação.
O SBPE é uma das formas de financiamento ao crédito imobiliário do País, e utiliza rendimentos da caderneta de poupança para financiar os empréstimos.