Os credores internacionais da Grécia chegaram a um consenso sobre os termos de uma proposta de acordo para apresentar ao governo grego, afirmaram duas fontes. De acordo com elas, representantes de instituições europeias e do Fundo Monetário Internacional (FMI) finalizaram nesta manhã o esboço de um acordo para liberar mais assistência financeira para o país, depois de líderes europeus terem se reunido ontem em Berlim para superar divergências.
As autoridades concordaram em pressionar a Grécia a implementar amplas reformas econômicas, enquanto o FMI abrandou a insistência de que a Europa se comprometa a aliviar parte do ônus da dívida grega. No entanto, a grande dívida do país ainda é uma questão controversa entre os credores, especialmente a Alemanha.
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, alertou na reunião de ontem em Berlim que uma reestruturação da dívida grega se tornará necessária se a Grécia não adotar reformas para melhorar seu balanço orçamentário e impulsionar o crescimento econômico, disseram as fontes. De todo modo, a reunião promovida ontem por Angela Merkel, chanceler da Alemanha, parece ter reduzido as diferenças entre os europeus e o FMI.
A proposta finalizada nesta manhã deve ser apresentada ao governo grego em breve. O primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, provavelmente enfrentará demandas políticas explosivas por reformas no sistema de pensão, nas leis trabalhistas e em outras áreas, bem como a insistência dos credores sobre dolorosas medidas para garantir que a Grécia tenha superávit fiscal antes de juros.
Muitas autoridades europeias estão relutantes em apresentar a proposta a Tsipras como um ultimato, mas alguns admitem que o premiê grego deixará pouco espaço para mais negociação. Parlamentares do partido do governo, o Syriza, ameaçaram rejeitar qualquer acordo com os credores que imponha novas medidas de austeridade. Fonte: Dow Jones Newswires.