Após a assinatura de um acordo para renovar por 90 dias o empréstimo de R$ 12 bilhões feito por um grupo de seis bancos à Sete Brasil, credores da companhia tentam montar uma estrutura que possa destravar o financiamento de longo prazo para a empresa.
Criada para intermediar a construção de sondas para a exploração do pré-sal pela Petrobras, a Sete Brasil esbarrou em complicações na Operação Lava Jato que levaram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a segurar o financiamento de longo prazo que daria à companhia.
“Os credores estão tentando montar uma estrutura de financiamento que possa destravar essa questão do financiamento sênior”, diz Cassio Vianna de Jesus, chefe de Investimentos Alternativos da Caixa Econômica Federal. O fundo FI-FGTS da Caixa é um dos cotistas do fundo de participações que controla a Sete Brasil. O fundo é formado ainda por BTG Pactual, Santander e Bradesco, além dos fundos de pensão Previ, Valia, Petros e Funcef. Vianna diz que o FI é minoritário e não está participando das discussões de financiamento.
Questionado sobre uma eventual baixa contábil no FI-FGTS por conta de problemas em companhias investidas como a Sete Brasil, Vianna explicou que a contabilidade do fundo se dá por laudos independentes que ainda não foram finalizados.
“Só depois disso a gente consegue ter ideia se vai ser necessária alguma coisa ou não. Até o momento não há precificação porque você não tem efetivamente nenhuma materialização de perda. Não tem nenhum evento que configure isso”, disse, lembrando que o fundo só pode fechar seu balanço após as empresas investidas, como a Sete, fazerem o mesmo.