Quem assina como consultora de negócios da empresa é Flávia Alves de Almeida, filha do atual prefeito e candidato à reeleição Sebastião Almeida (PT). O folder de divulgação do evento traz a foto de outra filha de Almeida, Jaquelina Alves de Almeida.
Até aí não haveria nada de anormal. Porém, o evento foi criado e desenvolvido pela própria Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), em parceria com o Sebrae-SP. A Feira da Beleza nasceu a partir do projeto Cidade Empreendedora, lançado em abril, conforme material de divulgação enviado à imprensa pela própria Prefeitura.
O projeto "Cidade Empreendedora" tem como objetivo incentivar a formalização consciente e o aprimoramento das atividades dos empreendedores individuais (EIs). Em junho, durante evento de entrega de licença a novos EIs da cidade, com a participação do presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, e do prefeito Almeida, foi anunciada "a organização de uma feira voltada para aos profissionais da beleza, que deveria ser realizada nos dias 27 e 28 de agosto", conforme consta no material de divulgação enviado à imprensa pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Guarulhos, que inclusive foi publicada no Diário Oficial do Município, no mês de junho.
No entanto, a feira da beleza anunciada também pelo Sebrae-SP, que confirmava a parceria com a Secretaria Municipal , não ocorreu na data prevista. Nesta semana, apesar da efetiva participação da Prefeitura, que incluiu servidores municipais lotados na SDE, o evento – agora marcado para 12 de novembro no Teatro Municipal Adamastor começou a ser divulgado pela Dárcora, da filha de Almeida, apenas com a logomarca do Sebrae-SP. O apoio da Prefeitura desapareceu. A intenção de Flávia de realizar a feira ocorre no mesmo mês de junho. No dia 20 daquele mês, ela própria registrou o domínio www.feiradabelezaguarulhos.com.br no Registro.br, que regula o registro de domínios na internet no Brasil.
Nesta semana, a mesma filha do prefeito, Flávia Alves de Almeida, se envolveu em outro escândalo, quando a imprensa local divulgou que ela foi funcionária da Prefeitura Municipal de Carapicuíba, também administrada pelo PT, durante dois anos, em cargo comissionado (sem a realização de concurso), numa espécie de nepotismo cruzado, quando parentes próximos de um administrador público são empregados em prefeituras comandadas por aliados políticos, uma prática legal, porém imoral.
Flávia ainda é investigada pela Polícia Civil por envolvimento no esquema de desvio de verbas da Secretaria de Saúde de Guarulhos, por meio da ONG Água e Vida, fundada pelo prefeito Almeida. De acordo com a denúncia enviada ao Ministério Publico Estadual, Flávia era uma das administradoras da ONG. Ela e a mãe, Maria Alves de Almeida, esposa do prefeito, são acusadas de terem utilizado cartões corporativos, além de saques para uso pessoal.
