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Crise faz Rio montar desfile mais alternativo

Os desfiles das 12 escolas de samba do Grupo Especial do Rio começam hoje sob os efeitos da crise econômica. Sem patrocínio de empresas particulares nem de governos de Estados e municípios, as agremiações se valeram dos R$ 6 milhões que arrecadam, cada uma, de fontes oficiais e privadas. São R$ 2 milhões da prefeitura (era o dobro do valor até o ano passado) e R$ 4 milhões da renda advinda da venda de ingressos e de CDs, direitos de imagem e festas nas quadras, entre outras origens. Em anos anteriores, as escolas mais “ricas” chegaram a anunciar gastos de R$ 15 milhões.

Como mais da metade dos materiais de ornamentação de carros alegóricos e fantasias, como tecidos, plumas, penas e pedrarias, é importada, o dólar alto fez seu custo final subir muito. Isso levou fornecedores a cancelar encomendas, que vêm de países como a China, ou reposições de estoque. Os carnavalescos precisaram reciclar elementos cênicos usados anteriormente e lançaram mão de insumos alternativos.

Destaque desta noite, a Beija-Flor, que ganhou o campeonato passado com a injeção de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões do governo ditatorial da Guiné Equatorial, deverá apresentar-se menos luxuosa do que de costume. A escola vai homenagear o Marquês de Sapucaí (1793-1875), senador, conselheiro do Império e preceptor de d. Pedro II.

A Grande Rio, outra potência deste domingo, vai falar da cidade de Santos. Mas afirma não ter recebido patrocínio direto da prefeitura local. Entre os destaques, Neymar não poderá ir, pois tem jogo do Barcelona hoje. Pelé é aguardado – o carnavalesco Fábio Ricardo preparou até um trono para ele.

A noite começa com a Estácio de Sá, que subiu do Grupo de Acesso em 2015 e louva São Jorge. Os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto, são o enredo na sequência da União da Ilha. A escola afirma que também não recebeu patrocínio. O mesmo vale para a Unidos da Tijuca, que surgirá falando de Sorriso (MT), cidade considerada a maior produtora individual de soja do mundo.

Já a Mocidade escolheu ir “contra o vento” no enredo sobre Dom Quixote de La Mancha. O personagem desafiará “moinhos” brasileiros, como a corrupção e as dificuldades nas áreas de saúde e educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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