Principal volta ciclista do País, o Tour do Rio corre sério risco de não ser realizado em 2016, ano da realização dos Jogos Olímpicos na capital fluminense. O evento deveria começar na próxima quarta-feira, dia 18, seguindo até 22 de maio, domingo, mas essas datas já estão descartadas. Os organizadores ainda buscam recursos para realizar o Tour em meados de julho.
Em sua quinta edição, no ano passado, a volta ciclista teve três patrocinadores, todos via Lei de Incentivo ao Esporte: Bradesco Seguros (R$ 1 milhão), Carrefour (R$ 1,6 milhão) e Light (R$ 250 mil). Dos três, entretanto, só o Bradesco manteve o apoio, que, de acordo com o Instituto Faça, organizador do Tour, não cobre nem metade dos custos.
Maria Luisa Jucá, diretor da Faça, disse ter procurado os governos federal, estadual e municipal. Não conseguiu verbas. “A gente estava tentando o convênio há anos com o Ministério do Esporte. Está sempre na mão do (agora ministro Ricardo) Leyser. Anda, anda e no final falta um documento. Aqui no Estado, estava quase tudo pronto com o (secretário) Marco Antônio Cabral, mas, depois de tudo fechado, tudo pronto, o Governo do Estado não conseguiu emitir a certidão negativa”, conta ela.
A bronca maior, entretanto, é com o prefeito Eduardo Paes. “Existe algum tipo de interesse político. Eu sou única mulher que faz esse tipo de competição. Não existe respeito, não existe esse interesse. O prefeito não encontra com a gente, passa para os secretários. Ele é quem vai decidir, ele que patrocina outros tantos eventos que não são mais importantes que o Tour do Rio.”
Ainda de acordo com Jucá, o Tour do Rio envolve cerca de 500 pessoas, entre atletas, mecânicos, técnicos, batedores e pessoal de apoio. No ano passado, a volta começou na Barra e passou por Angra dos Reis, Valença, Rio das Flores e Teresópolis antes de voltar ao Rio, com chegada na Quinta da Boa Vista.
Participaram do evento seis equipes estrangeiras e nove brasileiras. Para este ano, a expectativa era pelo aumento no número de times internacionais, devido à proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio.
O Instituto Faça também organiza a Copa Rio, com provas de um único dia distribuídas ao longo do ano. A segunda etapa testaria o percurso olímpico, mas precisou ser adiada, uma vez que ocorreria em 17 de abril, domingo no qual a Câmara votou o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Uma nova data ainda deverá ser marcada.