A vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu-se nesta terça-feira, 23, das acusações de corrupção e qualificou o pedido de 12 anos de prisão feito contra ela como uma perseguição judicial para afastá-la da política. "Nada do que disseram (os promotores) foi provado", disse Cristina, em discurso transmitido pelas rede sociais.
Acusada com outras 12 pessoas pelos crimes de associação criminosa e improbidade administrativa, o Ministério Público solicitou também na segunda-feira sua inabilitação política vitalícia. "Não é um julgamento contra mim, é um julgamento contra o peronismo, os governos nacionais e populares", afirmou Cristina, de 69 anos, que foi presidente da Argentina entre 2007 e 2015.
A vice-presidente, que tem foro especial, solicitou ontem uma ampliação de sua declaração preliminar, mas o pedido foi negado pelo tribunal, que considerou que essa fase já está concluída e Cristina poderá expor seus argumentos nas alegações da defesa, a partir de 5 de setembro.
<b>Vingança</b>
"São 12 anos (de pedido de prisão), os 12 anos do melhor governo que a Argentina teve nas últimas décadas, por isso pedem 12 anos. Por isso, vão me estigmatizar e condenar. Se eu nascesse 20 vezes, faria o mesmo 20 vezes", afirmou. "Querem vingança, disciplinar a classe política para que ninguém se atreva a fazer o mesmo de novo."
<b>Acusações</b>
A acusação contra Cristina remonta a seus dois mandatos como presidente e o anterior (2003-2007), de seu marido Néstor Kirchner, que morreu em 2010.
Os autos a descrevem como líder de uma associação criminosa, com a qual supostamente orientou licitações de obras públicas na Província de Santa Cruz, para favorecer o empresário Lázaro Báez. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>