Desde esta quinta-feira, dia de Corpus Christi, o Museu de Arte Sacra abriga uma exposição temporária em que se destaca a projeção holográfica de uma escultura monumental produzida em 1753 pelo artista napolitano Giuseppe Sanmartino (1723-1793), “Il Cristo Velato”, assim chamado por representar o Cristo morto coberto por um sudário transparente, esculpido a partir do mesmo bloco de mármore que deu origem ao corpo. Obra-prima da escultura mundial – que levou Antonio Canova, um dos maiores escultores italianos, a dizer que daria dez anos de sua vida para ser seu autor -, o Cristo Velado não pode sair da Capela Sansevero de Nápoles. A obra representa para a cidade o mesmo que o Davi de Michelangelo para Florença, atraindo milhares de turistas todos os anos.
A solução encontrada pela curadora Maria Inês Lopes Coutinho e o diretor do Museu de Arte Sacra, José Carlos Marçal de Barros, foi encomendar a projeção volumétrica da escultura idêntica à original, exibida na mostra ao lado de outras 20 esculturas reais do mesmo século 18, entre elas a figura de um Cristo em madeira proveniente da Áustria ou da Alemanha, que evidencia as diferenças formais entre as escolas italiana e alemã.
A escultura de Sanmartino é tão perfeita e o sudário tão transparente que uma lenda cercou sua execução: o príncipe que a encomendou, Raimondo di Sangro (1710-1771), teria orientado o escultor Sanmartino a esculpir o tecido seguindo uma técnica alquímica. O tempo e o exame da obra provaram que, apesar do efeito de transparência, o sudário foi esculpido com o mesmo mármore. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
IL CRISTO VELATO
Museu de Arte Sacra. Av. Tiradentes, 676, tel. (011) 3326-3336, Luz. 4ª a 6ª, 9h/17; sáb. e dom., 10h/18h. R$ 6 (grátis aos sábados)