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Crivella surpreende e vai disputar o 2º turno no RJ

Com menos de um ponto porcentual de vantagem, o candidato do PRB ao governo do Rio, senador Marcelo Crivella, surpreendeu e conquistou ontem o direito de disputar o segundo turno da eleição. Apurados os votos de 99,99% das seções, o parlamentar tinha 20,26% da votação, contra 40,57% do vencedor do primeiro turno, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que teve 40,57%. Crivella superou, nos últimos dias, o ex-governador Anthony Garotinho, que conquistou 19,73%. Outra surpresa foi o desempenho do postulante do PSOL, Tarcísio Motta. Com 8,92%, ficou em quarto lugar no Estado, pouco atrás de Lindbergh Farias (PT), que obteve 10%. Na capital, Tarcísio ficou em terceiro, atrás dos dois concorrentes que passaram ao segundo turno estadual.

O Rio foi a última unidade da Federação a começar a divulgar seus resultados eleitorais. O atraso aconteceu por causa da demora de eleitores para votar nas urnas com identificação biométrica dos eleitores, nos municípios de Niterói e Armação dos Búzios. As máquinas falhavam, obrigando os votantes a tentarem, por várias vezes, ser identificados. Até 19h, ainda havia gente votando. O Tribunal Regional Eleitoral local se recusou a revelar os números da apuração antes do fim da votação. Demorou tanto que, quando permitiu a divulgação, mais de 60% das urnas já tinham tido seus votos apurados.

Ao votar, em um clube de Copacabana (zona sul), Crivella antecipou sua estratégia no segundo turno. “Serão todos contra o PMDB”, disse o candidato do PRB. “Não é possível ter 30 anos de PMDB. Democracia tem que ter alternância. Essa foi das eleições mais difíceis que disputei no Rio”, declarou.

O líder Pezão votou às 11h em sua cidade natal, Piraí, onde foi prefeito duas vezes. Ele precisou de uma “cola” para copiar os números dos candidatos e revelou apenas ter votado em Dilma Rousseff, embora tivesse também o apoio do tucano Aécio Neves e do Pastor Everaldo (PSC).

“O voto é secreto, mas todo mundo sabe que eu votei na Dilma. Tenho um carinho imenso por ela, uma pessoa que ajudou muito o Estado do Rio de Janeiro. Tenho certeza de que vamos fazer grandes parcerias no próximo mandato”, declarou.

Pezão disse que, ao longo da campanha e especialmente durante os debates, os adversários foram “comentaristas de obras prontas” e “não apresentaram nada para a população”.

O pai do governador, Darcy de Souza, de 87 anos, ficou emocionado ao lembrar da infância do filho. “Para quem era operário, ver o filho chegar onde ele está…” comentou.

Com aparência abatida, Garotinho, votou em Campos, onde nasceu e foi prefeito, e não quis fazer previsões sobre possível segundo turno contra Pezão (PMDB), que acabaria não se concretizando.

“Vamos esperar a pesquisa da urna. Agora a margem de erro é zero”, afirmou o candidato. “Enfrentamos um quadro político de muita adversidade. As maiores forças políticas e econômicas se juntaram contra nós: o governador e o prefeito do Rio, 86 prefeitos do Estado, 15 partidos, 1.800 candidatos. E apesar disso tudo chegamos inteiros”, afirmou.

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