Variedades

CRÔNICA DA CIDADE – Roberto Tadeu Fornazari, mas pode chamar de rua do Cano

   O cano da rua do Cano descia da avenida Emílio Ribas, lá no alto, para o córrego dos Cavalos, onde está avenida Tiradentes, aqui embaixo. A rua, no começo, nem isso era.

   Mas uma faixa de terra, por onde passava o cano. Só mais tarde, a Prefeitura desapropriou área suficiente para se tornar uma rua. A rua do Cano. Nos anos de 1990, o filho de uma das famílias de moradores, a Fornazari, morreu em um acidente de trabalho. Resolveu-se batizar a via com seu nome.

   A rua Roberto Tadeu Fornazari é hoje muito usada pelos carros que fazem o caminho inverso da água que descia para o córrego. Sobem para a Emílio Ribas. No fim da rua, moram Sérgio Benedito Romero e sua mulher Solange. Estão lá desde 1983. Uma vida feliz, com um único problema. A Prefeitura está dando o cano nos moradores.

   A rua fica no Jardim Ana Maria. “Todos nós que moramos no bairro pagamos IPTU, temos escritura de nossas casas, mas não conseguimos fazer o registro delas” – diz Sérgio. “Minha casa foi comprada por minha mãe, há cinquenta anos, e até hoje o problema continua.”

   O que quer que tenha acontecido tanto tempo atrás, tem solução. Basta a Prefeitura conceder uma anistia aos moradores. Sérgio conta que o prefeito Paschoal Thomeu (1988 a 1982) ofereceu o benefício, mas apenas a algumas famílias. “Outros prometeram, mas nada aconteceu”.

   Explica que quem quer vender sua casa não tem problema, mas, por falta do registro, os compradores ficam inseguros e o preço cai. Sérgio, aposentado, e Solange não pensam em vender a casa onde criaram seus filhos, que lhes deram seis netos.

    O córrego dos Cavalos, hoje urbanizado, corre entre as duas faixas da avenida Tiradentes. Em um canteiro, no cruzamento da avenida com a rua Roberto Tadeu Fornazari, ficou uma lembrança dos outros tempos. Um componente do cano.

 

Posso ajudar?