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Crusp tem quatro registros de violência por ano

Ao menos quatro reclamações de violência contra mulher no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp) são registradas por ano. Dados da Superintendência de Assistência Social (SAS), órgão da instituição responsável pelas moradias, mostraram que, em 12 anos, 49 mulheres registraram queixas de agressão.

As denúncias foram feitas por meio do projeto SOS Mulher. Criado em 2000, o programa visa a atender alunas moradoras vítimas de qualquer tipo de violência, não só estupro. A iniciativa também auxilia qualquer mulher vinculada à USP. Dentre os relatos, o perfil dominante foi de mulheres entre 17 e 32 anos.

“São poucos casos. A maioria é de algum rapaz que bebeu demais e acabou se desentendendo”, afirmou o superintendente da SAS ao Estado, Waldyr Antonio Jorge. Em todos os casos, explicou ele, o estudante é advertido, a informação é colocada no prontuário e, após sindicância, pode haver expulsão. “Mas nunca teve um caso que chegasse a esse ponto”, disse. Segundo Jorge, não há registros de estupro no Crusp.

Vergonha

Os números, no entanto, podem estar subnotificados. De acordo com alunos ouvidos pela reportagem, em “muitos casos” a vítima prefere não registrar queixa por medo e até vergonha. “As histórias circulam, todo mundo sabe que acontece. O problema é denunciar”, disse uma estudante, que pediu para não ser identificada. Segundo a SAS, não houve registro de boletim de ocorrência em metade dos casos recebidos pelo SOS Mulher.

Os casos são atendidos inicialmente por um dos 35 agentes comunitários do entorno do Crusp. Quando há alguma ocorrência, eles a levam para a SAS, que pode abrir sindicância.

Quando uma vítima procura o SOS Mulher, é orientada a ir até a delegacia da mulher e registrar um boletim de ocorrência. Ela é acompanhada por assistentes sociais e psicólogo e pode ser encaminhada para um hospital. Segundo a assistente social Neusa Franzoi, uma das responsáveis pelo programa, além do acolhimento, são realizados seminários para discutir a violência doméstica. “A gente expõe a possibilidade de a pessoa chegar e falar”, disse Neusa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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