O novo estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, parece ter se tornado um local para alegrias estrangeiras e tragédias brasileiras. Pouco menos de um ano depois do histórico 7 a 1 da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, foi a vez do Cruzeiro sofrer o vexame de uma eliminação dentro de casa. Com um futebol apático e irreconhecível, bem diferente do time bicampeão nacional, foi eliminado nesta quarta-feira nas quartas de final da Copa Libertadores com uma incontestável derrota por 3 a 0 para o River Plate, da Argentina.
Mesmo com a vantagem de ter vencido na ida por 1 a 0, em Buenos Aires, na semana passada, o Cruzeiro não foi nem sombra de um time de futebol. Perdido com o bom toque de bola dos argentinos, não teve forças para reagir a cada gol sofrido e deixou a torcida atônita e incrédula no Mineirão.
A classificação do River Plate definiu as chaves da semifinal da Libertadores, que só serão disputadas em julho, depois da Copa América. Havia a expectativa de um confronto brasileiro entre Internacional e Cruzeiro, mas agora o clube gaúcho terá de enfrentar o Tigres, do México, tendo de jogar a partida de volta fora de casa. Já o time argentino pode ter um duelo nacional, já que o Racing duela contra o Guaraní, do Paraguai, nesta quinta-feira, em Buenos Aires, pela última vaga entre os quatro melhores da competição.
O Cruzeiro esteve irreconhecível no primeiro tempo. Nos primeiros minutos, quando se esperava uma pressão dos mineiros – apesar de um lance perigoso de Willian na área argentina -, foi o River Plate que teve as melhores chances. Na primeira, Sánchez cabeceou e Fábio fez a defesa com segurança. Na segunda, aos 18 minutos, saiu o gol. No erro da defesa cruzeirense, Téo Gutiérrez tocou para Sánchez, livre pela direita, chutar cruzado e rasteiro no canto direito de Fábio.
O gol do River Plate levava a decisão para a disputa por pênaltis. Então, o Cruzeiro não precisava se afobar para buscar o empate. Só que foi isso que aconteceu e a bola parecia queimar dos pés dos cruzeirenses. Nada de levar perigo ao gol de Barovero e muitos sustos para Fábio. Até que, aos 44 minutos, após um escanteio da esquerda, Maidana cabeceou sem marcação dentro da área e fez 2 a 0 para os argentinos.
O baque do gol sofrido nos instantes finais da primeira etapa pareceu que ainda fez efeito no início da segunda. O técnico Marcelo Oliveira colocou Gabriel Xavier no lugar do apagado Arrascaeta, mas nada deu certo e o estrago ficou ainda maior com o terceiro gol do River Plate, aos 6 minutos. Melhor em campo, Téo Gutiérrez foi premiado com uma bola limpa na entrada da área, pelo lado esquerdo. Sem marcação, só teve o trabalho de chutar cruzado e rasteiro no canto esquerdo de Fábio.
O estrago já estava feito e os jogadores do Cruzeiro até correram, mostraram raça, mas não mostravam capacidade técnica para superar o River Plate. Ainda conseguiram mandar duas bolas na trave em sequência – com Leandro Damião e Alisson -, mas nada que ameaçasse a superioridade argentina mostrada em campo.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 0 x 3 RIVER PLATE
CRUZEIRO – Fábio; Mayke, Manoel, Bruno Rodrigo e Mena; Willians (Joel), Henrique, Arrascaeta (Gabriel Xavier) e Marquinhos; Leandro Damião e Willian (Alisson). Técnico: Marcelo Oliveira.
RIVER PLATE – Barovero; Mercado (Pezzella), Maidana, Funes Mori e Vangioni; Sánchez, Kranevitter, Ponzio (Mayada) e Rojas; Mora y Teo Gutiérrez (Martínez). Técnico: Marcelo Gallardo.
GOLS – Sánchez, aos 19, e Maidana, aos 44 minutos do primeiro tempo; Téo Gutiérrez, aos 6 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Joel, Willians e Mena (Cruzeiro); Mercado e Barovero (River Plate).
CARTÃO VERMELHO – Gabriel Xavier (Cruzeiro).
ÁRBITRO – Wilmar Roldán (Fifa/Colômbia).
RENDA – R$ 3.646.216,00.
PÚBLICO – 54.898 pagantes (55.951 no total).
LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).