O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) debateu a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte pela primeira vez na segunda-feira, depois de a China não ter conseguido impedir a reunião.
O acontecimento, um exemplo raro no qual o órgão mais poderoso da ONU debate da situação dos direitos humanos de um país, ocorreu após o governo de Obama ter pedido ajuda da China para tentar impedir ataques de hackers da Coreia do Norte. Washington também estuda colocar a Coreia do Norte de volta na lista de terroristas do Departamento de Estado, onde ficaria ao lado do Sudão, Síria, Irã e Cuba.
A reunião do Conselho de Segurança se concentrou no relatório de uma investigação de uma comissão da ONU divulgado neste ano.
A comissão entrevistou refugiados norte-coreanos e catalogou “crimes contra a humanidade”, incluindo tortura, estupro, execuções públicas, detenções arbitrárias, falta de um processo justos, execuções sumárias e pena de morte imposta por razões políticas e religiosas, além de punição coletiva e o “extensivo” uso de trabalhos forçados.
O documento também relata a existência de transferências forçadas da população, restrição à movimentação dos cidadãos no interior do país e no exterior. Pyongyang também foi destacada por “graves” restrições à liberdade de pensamento, religião, reunião e privacidade.
O programa de armas nucleares norte-coreano faz parte da agenda do conselho desde 2006.
A sessão do Conselho de Segurança aconteceu no momento em que o FBI afirmou que havia evidências do envolvimento da Coreia do Norte no ataque ao computadores da Pictures Entertainment e nas ameaças contra cinemas que exibissem o filme “A Entrevista”, que mostra o assassinato do líder norte-coreano Kim Jong Un.
Pyongyang nega as acusações, embora tenha saudado a invasão dos computadores. O representante da Coreia do norte não se dirigiu à reunião do conselho, mas Pyongyang rejeitou o relatório da comissão, dizendo ao Conselho de Segurança, em carta entregue na segunda-feira, que as pessoas que colaboraram com a comissão eram “a escória da humanidade, desprovida de um pingo de consciência”. Pyongyang disse que o Conselho de Segurança deveria discutir o relatório do Senado norte-americano sobre as torturas da CIA. Fonte: Dow Jones Newswires.