O Botafogo está eliminado da Copa do Brasil. Em dois jogos, não conseguiu anotar um único gol no vice-líder da Série B, Cuiabá, e deu adeus com o 0 a 0 na Arena Pantanal, nesta terça-feira. A derrota por 1 a 0 em casa acabou sendo decisiva no confronto. Nesta terça-feira, o time carioca até teve chances na etapa final, mas os mato-grossenses suportaram a pressão e festejaram demais a conquista da vaga.
Reserva nos dois jogos sob direção de Flávio Tenius no Botafogo, o atacante Pedro Raul foi quem mais criou quando entrou, na etapa final. Foram três chances claras e o lamento de não tirar o zero do placar. Ao acertar o travessão, o atacante quase arrancou o calção de "raiva" com a falta de sorte.
Foi uma enorme festa do Cuiabá ao apito final. Jogadores ajoelhados agradecendo aos céus com a inédita classificação às quartas de final, muitos cumprimentos e abraços. Do lado carioca, frustração, decepção e choro. Muitos jogadores ficaram sentados no gramado ou banco de reservas incrédulos com a eliminação. Matheus Babi, Marcelo Benevenuto e Bruno Nazário estavam desolados, não acreditavam no resultado. Fora da Copa do Brasil, resta ao Botafogo a dura luta contra a queda no Nacional.
Em seu segundo jogo no comando do Botafogo, Flávio Tenius mostra que ainda não achou o ataque ideal. Lecaros foi opção diante do Ceará, já em Cuiabá quem iniciou ao lado de Matheus Babi e Warley foi Kelvin. Pedro Raul virou mesmo reserva com o novo comandante alvinegro.
Apesar dos testes na frente e da necessidade da vitória na Arena Pantanal para reverter o tropeço sofrido no Rio, por 1 a 0, o Botafogo fez um primeiro tempo sem levar perigo ao goleiro João Carlos.
Até dominou a posse de bola e ficou mais no campo ofensivo. Porém, sem forças diante de uma defesa bem postada. O lance de maior perigo da etapa aconteceu após um chutão para a frente. O contragolpe terminou com chute colocado no canto de Maxwell e voo de Diego Cavalieri para fazer bela defesa.
A paciência de Tenius com a postura inofensiva do time durou até os 15 minutos da fase final. Fez três trocas, duas no ataque, para ver se mudava a história do jogo. Como estava, o Cuiabá parecia apenas esperar o tempo passar para se garantir.
Tenius se rendeu a Pedro Raul e viu o atacante fazer o Botafogo "acordar" no jogo. Aos 23 minutos, o atacante cabeceou à queima-roupa e João Carlos salvou o Cuiabá. Defesa no reflexo. Aos 29, Marcelo Benevenuto roubou a bola e partiu para frente, driblando. Rolou para Guilherme Santos, outro que saiu do banco, cruzar na cabeça de Pedro Raul. A bola raspou a trave.
Só dava Botafogo. Pedro Raul parou no travessos em sua terceira chance no jogo. Ele recebeu de Kanu e girou bonito. Mas lamentou errar o alvo por pouco. Restando 10 minutos para o fim do jogo, o Cuiabá não queria mais jogo. Jogadores caindo fazendo cera e tentando "matar" o tempo. As faltas em sequência também viraram artimanha.
O Botafogo, mais na base da garra que na tática, se lançou com tudo à frente nos minutos finais. Foram sete de acréscimos com os cariocas jogando a bola de todo jeito para a área. Guilherme Santos teve a última chance, mas João Carlos fez outro milagre e garantiu a classificação histórica para o Cuiabá.
FICHA TÉCNICA
CUIABÁ 0 x 0 BOTAFOGO
CUIABÁ – João Carlos; Hayner, Ednei, Anderson Conceição e Romário; Nenê Bonilha (Auremir), Matheus Barbosa e Elvis (Diego Jardel); Willians Santana (Lucas Hernández), Maxwell (Léo) e Yago (Lucas Ramon). Técnico: Marcelo Chamusca.
BOTAFOGO – Diego Cavalieri; Kelvin, Marcelo Benevenuto, Kanu e Victor Luís (Rafael Forster); Caio Alexandre (Guilherme Santos), Honda e Bruno Nazário; Kelvin (Angulo), Matheus Babi e Warley (Pedro Raul). Técnico: Flávio Tenius.
CARTÕES AMARELOS – Hayner, Maxwell, Lucas Ramon e Matheus Barbosa (Cuiabá); Caio Alexandre e Víctor Luís (Botafogo).
ÁRBITRO – Ricardo Marques Ribeiro (MG).
RENDA E PÚBLICO – Jogo disputado com portões fechados.
LOCAL – Arena Pantanal, em Cuiabá (MT).