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Cunha não vê ameaça do governo sobre mudanças na MP 665

Num discurso alinhado com o governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse não encarar como ameaça o aviso do governo sobre possíveis mudanças na Medida Provisória 665, que tranca a partir de amanhã a pauta da Casa. Nesta tarde, o vice-presidente Michel Temer afirmou que quanto maior forem as mudanças feitas nas medidas do ajuste fiscal pelo Congresso, maior será o contingenciamento que será anunciado pelo Executivo nos próximos dias.

“Não acho que é ameaça. Acho que eles (do governo) têm uma meta e as formas de atingir a meta são várias. Se não atingir de um jeito, vai atingir de outro. É da natureza. Não encaro isso como uma ameaça, deve ser a realidade mesmo”, afirmou o peemedebista.

A semana de votações na Câmara deve ser dedicada ao pacote de ajuste fiscal do governo. Cunha afirmou que, se a MP 664 conseguir ser aprovada amanhã pela comissão especial, já terá condições de levá-la ao plenário na quarta-feira, 6.

O andamento das votações em plenário dependerá da proporção da obstrução que a oposição pretende liderar. “A ideia é obstruir e no final votar contra”, disse o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP).

Os partidos oposicionistas terão reunião amanhã para fechar a estratégia contra as MPs. “O governo não deu exemplo, gasta mais do que deve, faz uma gestão ineficiente e agora quer socializar o prejuízo que ele mesmo causou ao Brasil”, criticou o tucano. “Ela (Dilma Rousseff) tem que começar cortando na carne dela e não dos outros. A crise chegou na cozinha do trabalhador”, emendou o vice-líder tucano, Nilson Leitão (MT).

Cunha destacou que a posição adotada pelo PT na votação das medidas do ajuste fiscal será decisiva para a postura dos demais partidos da base aliada. “Se o PT não estiver de acordo, vai ser difícil os partidos da base acompanharem”, disse o peemedebista, garantindo que independentemente da obstrução, as MPs serão votadas. “Não há a menor possibilidade delas caducarem”, completou.

O presidente da Câmara anunciou que vai abrir a galeria para quem quiser acompanhar a votação, o que não aconteceu para os sindicalistas durante a votação do projeto da terceirização. “Ali (na terceirização) o clima era de agressão”, justificou. Cunha informou que vai distribuir senhas aos partidos e cada bancada receberá uma quantidade proporcional ao número de deputados das legendas na Casa. Se o clima durante a votação for de violência, o peemedebista avisou que poderá fechar a galeria.

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