O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que esteja conduzindo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff com vistas ao cargo de vice-presidente da República. Para ele, as suspeitas são de pessoas que querem politizar o processo, até porque ele não será presidente da Casa após fevereiro de 2017.
“O presidente da Câmara não é sucessor de ninguém. Existe uma diferença: o vice-presidente da Republica é sucessor do presidente da República e substituto eventual. O presidente da Câmara, assim como o do Senado ou o do Supremo Tribunal Federal (STF), são substitutos eventuais. A sucessão do vice e do presidente jamais é o presidente da Câmara, do Senado ou do STF”, afirmou neste sábado, 16, o político ao deixar o plenário para almoçar, segundo divulgado pela Agência Brasil.
Segundo ele, as pessoas querem criar um constrangimento para tentar fazer um debate político de outra natureza. Cunha disse ainda “repudiar” esse tipo de suspeita levantada pelos governistas. “Acho que temos de colocar as coisas em seu devido lugar. Há uma denúncia grave, que é a mais grave do País: o crime de responsabilidade da presidente da República. E será apreciada a sua autorização para abertura de processo no plenário da Câmara dos Deputados. É sobre isso que a gente tem de discutir e é sobre isso que a presidente da República deveria falar.”
Cunha ressaltou ainda que não há a “menor possibilidade” de “qualquer adiamento” do processo de impedimento de Dilma e que a sessão do domingo, 17, começará às 14 horas, com término no domingo mesmo. “Depois de entrar os discursos individuais dos deputados, bastando ter quatro oradores poderemos encerrar a discussão com um simples requerimento. Então vai acabar. A gente vai dosando de acordo com a vontade. Muitos querem falar. Não há nenhuma dúvida de que acabará essa discussão”, explicou.