O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avaliou nesta quarta-feira, 23, que não considera que o governo conseguiu uma vitória na sessão do Congresso que apreciou os vetos presidenciais. “Na prática, o resultado do dólar hoje mostra que ninguém saiu ganhando”, afirmou. “Não acho que o governo saiu fortalecido ou enfraquecido”, disse.
Mesmo tendo mantido 26 dos 32 vetos presidenciais, o governo Dilma Rousseff terá desafios a cumprir até o final do ano para melhorar as contas públicas. O Palácio do Planalto tem ainda pela frente a votação de seis vetos remanescentes, entre eles o que concede reajuste dos servidores do Poder Judiciário. Além disso, tem a votação no Congresso do segundo pacote de ajuste fiscal a fim de atingir em 2016 a meta de superávit primário de 0,7% do PIB.
Na opinião de Cunha, o adiamento da avaliação sobre a manutenção do veto ao reajuste do Judiciário deixa a situação ainda tensa para os mercados. “O ideal era que veto do Judiciário também fosse mantido”, disse.
Em relação às medidas que fazem parte do pacote do segundo ajuste fiscal, que foi enviado pelo governo ontem e inclui a volta da CPMF, Cunha reforçou que é contrário à criação de impostos e disse prever mais dificuldade do governo para ter apoio na Casa do que a votação dos vetos.
Segundo ele, medidas que signifiquem cortes de despesas tendem a passar “com relativa tranquilidade”. “Até mesmo com ajuda da oposição”, disse. Já nas matérias relacionadas à criação de impostos, segundo Cunha, não haverá um clima pacífico. “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, afirmou.