O que começou quase como brincadeira, como se fosse uma sequência de ação e virou curta-metragem, rendeu uma boa prateleira de troféus a Márcio Garcia em seu trabalho inaugural como diretor de cinema, Predileção. “Com boa vontade, dá até pra imaginar que é Oscar”, brinca, ao citar as estatuetas que enfeitam as prateleiras de sua produtora, a MGP – Márcio Garcia Produções. Agora, Predileção ganhará duas versões em longa-metragem: uma em português, com roteiro que vem consumindo Márcio e Thiago Dottori há mais de um ano, sob a credenciada supervisão de Bráulio Mantovani (Cidade de Deus e Tropa de Elite), e outra em inglês, tendo como coprodutor o premiado Nate Parker, diretor, produtor e roteirista de The Birth of a Nation, aclamado no Sundance Festival e já comprado pela FOX.
“Eu dei uma sorte danada”, diz Márcio, lembrando que o projeto foi parar nas mãos de Parker há quatro anos, antes de suas glórias no Sundance, e ficou engavetado porque ele mesmo foi parar em outros sets. Dirigiu a comédia romântica O Amor Por Acaso e também Angie, com Andy Garcia e Juliette Lewis. “A gente achou que o Parker ia nos mandar passear, mas não só topou fazer o filme, como quis ser produtor.”
Todas as boas conexões de Márcio partem de Predileção – ou Predilection, “in english”, que aliás ganhará outro nome nas versões em longa-metragem.
Assim que o curta se fez notar, Márcio foi abraçado por uma grande agência internacional de talentos internacional, a Paradigme, associou-se a um profissional em Los Angeles, Uri Singer, que está em contato com Parker, e agora faz parte da agência WME. Até Predileção, a MGP, sua produtora, hoje com projetos de conteúdo até para a TV, era mais um espaço para pós-produção, efeitos especiais, com foco em publicidade. Duas sequências impressionantes do curta foram finalizadas lá: o detalhado percurso de um projétil de bala e uma batida de carro feita em slow motion e 3D.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.