A versão definitiva da Matriz de Responsabilidades, documento que detalha os gastos públicos com as obras necessárias para a realização dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, será divulgada somente em 14 de junho, quase 10 meses após o fim da Olimpíada. A última atualização do documento aconteceu em agosto do ano passado, mas a determinação era de que fosse atualizado a cada seis meses – portanto, uma nova versão deveria ter sido publicada ainda em fevereiro, o que acabou não acontecendo.
Apenas após a divulgação na nova versão da Matriz de Responsabilidades é que se saberá quanto custaram de fato as obras olímpicas. De acordo com dados da versão mais recente da Matriz, somente as obras necessárias para a realização dos Jogos haviam consumido R$ 7,09 bilhões – e é justamente esse valor que irá aumentar com a divulgação dos novos números.
A aquele montante deve-se somar os cerca de R$ 9,2 bilhões consumidos pelo Comitê Rio-2016 e os outros R$ 24,6 bilhões das obras chamadas pelo governo como sendo de legado, que tem a ver com infraestrutura da capital fluminense. Assim, a conta final da Olimpíada do Rio certamente irá ultrapassar os R$ 40 bilhões.
A data da divulgação do documento foi anunciada nesta segunda-feira por Paulo Márcio Dias Mello, presidente da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), autarquia criada pelo ministério do Esporte para gerir as obras olímpicas administradas pelo governo federal. O órgão substituiu a Autoridade Pública Olímpica (APO), que era responsável por elaborar o documento.
Segundo Paulo Márcio Dias Mello, que participou de audiência pública na sede do Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ) sobre legado dos Jogos Olímpicos, o ex-presidente da APO, Marcelo Pedroso, está trabalhando na finalização do documento. A intenção da AGLO é que a Matriz de Responsabilidades seja apresentada no Velódromo do Parque Olímpico da Barra, uma das arenas que são geridas pelo governo federal.
Em junho, a AGLO também promete divulgar um plano para utilização das arenas do Parque Olímpico. “Estamos trabalhando num plano consistente de ocupação. Nossa intenção é minimizar o investimento público”, afirmou o presidente da autarquia. Ele também negou que os projetos estejam demorando a sair do papel. “Não houve uma demora demasiada”, considerou, citando o caso de Londres, que teria demorado dois anos para ocupar de fato as arenas erguidas para a Olimpíada de 2012.