"A Infraero é nossa, privatização, não!" Foi com esse slogan que os sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e funcionários do Aeroporto Internacional de Guarulhos protestaram, na tarde de sexta-feira, contra a transferência parcial de parte dos aeroportos brasileiros à iniciativa privada
"Temos que olhar para o país como um todo. Nós somos contra abrir mão do controle da Infraero como o governo está fazendo, principalmente porque para as empresas o que conta é o lucro e, para que isso ocorra, muitas pessoas serão lesadas", ressaltou o presidente da CUT, Artur Henrique.
O evento reuniu mais de 700 pessoas, dentre elas, delegados da CUT de quase todo o país, funcionários da Infraero e do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina). "A gente se acha desrespeitado. Daqui por diante acabou a conversa com ministros, queremos ser atendidos pela presidente Dilma. Ou ela nos recebe ou a classe trabalhadora vai parar", enfatizou Francisco Lemos, presidente do Sina.
A privatização deve começar em dezembro pelos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas) e Brasília, como anunciado pela presidente Dilma Rousseff em maio. Já a concessão de outros aeroportos, como o do Galeão, no Rio, e o de Confins, em Minas Gerais, ainda está em estudo.
De acordo com os sindicalistas, o governo precisa manter o controle acionário da Infraero, mesmo que decida abrir o capital da empresa estatal. O governo quer que a iniciativa privada fique com 51% de participação dos aeroportos privatizados, o que para as entidades sindicais é um percentual muito alto.