A incorporadora paulistana Cyrela Brazil Realty, da família Horn, teve lucro líquido de R$ 1,403 bilhão no terceiro trimestre de 2020, montante 13,5 vezes maior do que o lucro de R$ 104 milhões no mesmo período de 2019.
O resultado foi recorde na história da companhia e acabou impulsionado, principalmente, pelos ganhos de R$ 1,153 bilhão oriundos das ofertas iniciais de ações (IPOs) das incorporadoras Lavvi, Cury e Plano & Plano.
Já o lucro líquido ajustado, que exclui o ganho com os IPOs, foi de R$ 250 milhões, o que representa um aumento de 140% na mesma base de comparação anual.
Mesmo sem os ganhos com as operações na Bolsa, a Cyrela se beneficiou do aumento dos lançamentos e das vendas nos últimos trimestres, com avanço expressivo na receita e diluição de custos, levando a margens mais altas.
A margem bruta subiu 2,3 pontos porcentuais, para 32,5%. A receita líquida cresceu 59,6%, para R$ 1,164 bilhão.
Os lançamentos foram de R$ 1,893 bilhão, alta de 52%. E as vendas, de R$ 1,822 bilhão, aumento de 56,4% – conforme há havia mostrado o relatório operacional prévio.
A incorporadora também reportou no trimestre impacto negativo de R$ 24 milhões devido às contingências judiciais, pagos em despesas gerais e administrativas.
A Cyrela chegou ao fim do terceiro trimestre com dívida bruta de R$ 2,432 bilhões, recuo de 2,6% ante o fim do segundo trimestre. Nesse período, as disponibilidades em caixa subiram 39,7%, para R$ 2,396 bilhões. Como resultado, a dívida líquida encolheu 95,4%, para apenas R$ 36 milhões.
<b>Comparativo</b>
O lucro líquido ajustado da Cyrela, de R$ 250 milhões, foi 131% maior do que a média das estimativas de quatro instituições financeiras (BTG Pactual, JPMorgan, Morgan Stanley e Santander) consultadas pelo <b>Prévias Broadcast</b>, que apontava para R$ 109 milhões. A receita da companhia, de R$ 1,164 bilhão, superou em 19% as expectativas de R$ 981 milhões.