A combinação de dados melhores do que o esperado nos EUA e de cautela interna levou o dólar a subir ante o real nesta quinta-feira, 30. Além disso, o câmbio também já é influenciado pela definição da Ptax de fim de mês e pela retirada bilionária que o Banco Central promoverá amanhã, ao deixar vencer parte dos contratos de swap cambial.
O dólar à vista no balcão terminou com alta de 0,93%, a R$ 3,1467. O giro registrado na clearing de câmbio da B3 – resultado da fusão da BM&FBovespa com a Cetip – foi de US$ 3,830 bilhões, bem acima do normal. O dólar está preso entre R$ 3,05 e R$ 3,20 e não fecha fora desse intervalo desde 19 de janeiro.
No mercado futuro, o dólar para abril avançava 0,83% por volta das 17h15, a R$ 3,1490. O volume financeiro somava US$ 17,387 bilhões. O dólar tinha um desempenho um pouco mais fraco ante outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, mas ainda assim operava majoritariamente em alta, com destaque para os avanços ante o rand sul-africano (+1,85%), o dólar australiano (+0,30%) e a rupia da indonésia (+0,14%).
De acordo com o Departamento do Comércio, o PIB dos EUA cresceu à taxa anualizada de 2,1% na terceira leitura do quarto trimestre, levemente acima da estimativa anterior de 2,0%. Além disso, o índice de preços do PCE, a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), avançou 2,0%, um pouco melhor que a projeção anterior de +1,9%. Outro dado positivo foi o gasto do consumidor, que avançou 3,5%, de 3,0% na segunda estimativa.
No fim da tarde, o dólar renovou máximas, após o presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, afirmar que a projeção de um total de três altas de juros este ano é “um bom cenário-base”, mas que pode haver mais apertos a depender do desempenho da economia.
Além da definição da taxa que liquida os derivativos cambiais, que todo fim de mês aumenta a volatilidade no mercado, amanhã haverá a retirada de volume substancial de swaps pelo BC. Mesmo já tendo sido antecipada pelo mercado, essa movimentação não deixa de causar alguma turbulência. Com a venda de 10 mil swaps hoje, o BC rolou 110 mil contratos (US$ 5,5 bilhões), ou 57% dos 194.220 contratos que vencem no começo de abril.