O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira, 7, que indicadores recentes reverteram a tendência de esfriamento que a atividade econômica vinha registrando. Segundo ele, o movimento reflete parcialmente os efeitos de um inverno mais quente que o esperado.
"Ainda assim, a amplitude da reversão, juntamente com as revisões do trimestre anterior, sugere que as pressões inflacionárias estão mais altas do que o esperado no momento de nossa reunião anterior do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC)", afirmou ele, durante discurso no Comitê Bancário do Senado dos EUA.
Powell acrescentou que o mercado de trabalho americano permanece "extremamente apertado", com a taxa de desemprego no menor nível desde 1969. "Levará tempo, no entanto, para que todos os efeitos da contenção monetária sejam percebidos, especialmente sobre a inflação", ressaltou.
O banqueiro central afirmou ainda que já é possível identificar os efeitos do aperto monetário na demanda nos setores da economia mais sensíveis aos juros. "Levará tempo, no entanto, para que todos os efeitos da contenção monetária sejam percebidos, especialmente sobre a inflação", pontuou.
<b>Desemprego</b>
O presidente do Federal Reserve disse ainda que a autoridade monetária não busca elevar o índice de desemprego nos Estados Unidos, mas realinhar a oferta e a demanda no país para baixar a inflação de volta à meta de 2% ao ano. "Estamos elevando os juros para desacelerar a economia dos EUA", disse. "Não estamos tentando elevar o desemprego, mas realinhar a oferta e a demanda", acrescentou.
Powell afirmou que o Fed tem ciência de que suas ações de aperto monetário têm efeito defasado e que está monitorando os impactos na economia dos EUA para as próximas decisões de subida de juros no país. "Consideramos que o efeito do aperto ainda não foi totalmente sentido ao subir juros", disse, reafirmando que os juros terminais nos EUA poderão ser bem maior do que previmos em dezembro.
<b>Default</b>
O presidente do Federal Reserve reforçou o pedido para que o Congresso dos Estados Unidos aprove o aumento do teto da dívida do país. Ao ser questionado por senadores norte-americanos, durante testemunho nesta terça-feira, disse, porém, que não quer desempenhar um papel em questões políticas.
"Mas, no final das contas, só há uma solução para esse problema: o Congresso. O que quer que aconteça, acontecerá. Mas o Congresso realmente precisa aumentar o teto da dívida. Essa é a única saída em tempo hábil que nos permite pagar todas as nossas contas", disse Powell.
Segundo ele, as consequências são difíceis de estimar, mas podem ser "extraordinariamente adversas" e "causar danos duradouros".
Questionado sobre os efeitos de um possível default dos EUA, Powell voltou a afirmar que uma solução precisa ser encontrada como no passado, com a ampliação do teto da dívida norte-americana.
Destacou ainda que fará tudo o possível para controlar a inflação. "Faremos tudo o que pudermos para restaurar a estabilidade de preços e, ao mesmo tempo, alcançar o máximo de empregos e isso significa aumentos adicionais de taxas, mas não há outra ferramenta", alertou.