O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta quarta-feira, 31, que a Dívida Bruta do Governo Geral, de 90,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em fevereiro, representa um valor recorde para a série histórica.
Segundo ele, um dos principais motivos para este movimento foi o efeito cambial. Na prática, a desvalorização cambial em fevereiro elevou a dívida externa.
De janeiro para fevereiro, a dívida externa passou de 11,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 11,5%. Como a dívida bruta não leva em conta as reservas internacionais do Brasil, isso impulsionou a dívida bruta.
No caso da dívida líquida, o aumento verificado em fevereiro foi impactado por novas emissões líquidas de dívida por parte do Tesouro Nacional, em um cenário de déficits nominais. De janeiro para fevereiro, a dívida líquida passou de 61,4% para 61,6% do PIB.
"O aumento da dívida líquida em fevereiro só não foi maior porque o ajuste cambial reduziu montante", afirmou Rocha, em coletiva de imprensa sobre as Estatísticas Fiscais de fevereiro, publicadas pela manhã.
Na prática, com a desvalorização cambial de fevereiro, a dívida líquida foi favorecida, já que é levado em consideração, neste caso, o montante das reservas internacionais.