O dólar abriu esta quinta-feira com queda moderada no mercado doméstico, precificando o apetite por ativos de risco no exterior que impulsiona as bolsas e enfraquece os juros dos Treasuries e a moeda americana. O catalisador é a proposta do governo Joe Biden para injetar mais cerca de US$ 2 trilhões na economia americana via investimentos no setor de infraestrutura, abaixo do esperado pelo mercado de um montante de até US$ 3 trilhões, o que ainda precisa do aval do Congresso do país. No entanto, a moeda americana já passou a subir no mercado à vista, contrariando a persistente tendência externa de baixa ante moedas principais e pares emergentes do real, como peso mexicano, lira turca e rand sul africano.
O mercado reforça compras de dólar, com reflexos na curva de juros, em um movimento de proteção, em função do feriado de Páscoa e com os investidores cautelosos com as pedaladas no Orçamento e pelo caos pandêmico no País, avalia Jefferson Rugik, diretor-superintendente da Correparti. Investidores olharam os dados de produção industrial mais cedo, mas ficam em segundo plano, afirma.
A queda de 0,70% da produção industrial em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal do IBGE, veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo <i>Estadão/Broadcast</i>, que esperavam desde uma queda de 0,90% a avanço de 1,50%.
Em relação a fevereiro de 2020, a produção subiu 0,40%, no piso das projeções do mercado financeiro. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas partiam da alta de 0,40% e iam até 5,20%. A indústria acumula alta de 1,3% no ano de 2021. Em 12 meses, a produção acumula queda de 4,2%.
Às 9h28 desta quinta-feira, o dólar à vista subia 0,49%, a R$ 5,6560. O dólar futuro de maio ganhava 0,35%, a R$ 5,6620.