Dólar perde força com exterior, após abrir em alta com nota do Copom no foco

O dólar abriu em alta nesta quarta-feira, 4, e atingiu máxima à vista aos R$ 4,5220 (+0,23%), após já ter avançado nas últimas dez sessões, precificando a nota do Copom sobre coronavírus, que deixa a percepção de corte da Selic neste mês. O BC disse na terça-feira (3) que monitora atentamente os efeitos do surto de coronavírus e que nas próximas duas semanas, até o Copom, será possível fazer uma avaliação "mais precisa" sobre efeitos na trajetória prospectiva de inflação.

A abertura também coincidiu com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do quarto trimestre (0,5%) e de 2019 (1,1%), dentro do esperado, mas que fica em segundo plano. Vale ressaltar que os dados ainda não levam em consideração os efeitos da epidemia de coronavírus. O quadro externo é que, por ora, dá norte aos negócios.

Após as primeiras operações, o dólar à vista passou a cair em meio a firmes altas das Bolsas europeias e futuros de Nova York, segundo o operador Durval Corrêa, da Via Brasil Serviços Empresariais. No exterior, o índice DXY avançava 0,25% às 9h25, mas o dólar caía majoritariamente em relação a divisas emergentes ligadas a commodities.

Nesses ajustes ainda ecoa o corte emergencial de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 0,50 ponto-base, para a faixa de 1,00% a 1,25% ao ano, por causa dos efeitos do coronavírus na atividade econômica. A percepção entre operadores é de manutenção de um fraco diferencial de juros interno e externo.

Para Corrêa, a tendência do dólar é de alta e a queda reflete uma realização de ganhos. Nos últimos 30 dias, o dólar à vista acumula alta de quase 6% e, em 2019, de mais de 12%.

Às 9h49 desta quarta-feira, o dólar à vista perdia 0,10%, a R$ 4,5070. O dólar para abril recuava 0,20%, a R$ 4,5150.

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